O vereador do PS na Câmara de Amares, Pedro Costa, emitiu esta sexta-feira um comunicado em que analisa a última edição do Festival das Papas de Sarrabulho, sugerindo várias alterações para que o certame possa iniciar “um novo ciclo” e ter “um efeito potenciador da imagem de Amares à escala nacional”.
“O evento não precisa de continuar a crescer, mas precisa ser repensado. Tem que renovar os seus públicos, atraindo novas pessoas e visitantes, que compensem a perda de alguns que começam a sentir a saturação do evento”, defende.
Em comunicado, Pedro Costa explica que o Festival das Papas de Sarrabulho, “sendo o evento de maior projecção do concelho”, tem suscitado “reiterada e pertinente atenção” dos eleitos pelo PS, “que durante este evento realizaram um périplo de auscultação”.
“A primeira conclusão óbvia, citada por uma maioria, constatou uma ligeira perda de público em relação ao ano anterior. Um facto a que pode estar associada a redução de opções de estacionamento devido às obras de requalificação da Escola EB 2,3. No entanto, este factor não pode ser ignorado e merece apreciação mais cuidada, pois ouvem-se alguns comentários depreciativos quanto ao modelo do evento, considerado “cansativo em hora de ponta”, “sem novidades”, “frio” e “ultrapassado””, assegura.
Outra crítica, acrescenta Pedro Costa, “vai para o facto de ser um evento pouco representativo de Amares, enquanto território”.
“A quantidade de representações de produtos de fora do concelho – algumas delas ocupam os espaços mais nobres do evento – é considerável quando comparada com a presença dos produtos locais, a merecer um incentivo maior, uma presença mais destacada, tanto como expositores, como em actividades e workshops”, considera.
Em termos de organização, o vereador socialista defende que o município, “que disponibiliza uma grande quantidade de recursos, com grande esforço dos colaboradores”, precisa “investir claramente mais na liderança do processo, inovando e promovendo melhorias”.
“Este factor está directamente ligado à liderança da ACB – Associação Comercial de Braga, a quem cabe uma parte importante da organização e regulação do festival, mas não isenta de algumas críticas pertinentes dos empresários aderentes que a consideram “ausente” e “apagada””, aponta.
No comunicado, Pedro Costa destaca o investimento feito por parte dos restaurantes aderentes, que “merecem nota claramente positiva quanto ao seu posicionamento”.
“Em todos sentimos que o propósito não é o de gerar receitas imediatas, mas sim servir com a máxima qualidade, para promover o seu estabelecimento, mas também as Papas de Sarrabulho e a gastronomia local. Todos referiram que o Festival beneficia indirectamente o seu negócio, tanto no restaurante como no serviço de take-away no evento”, realça.
“FLAGRANTE DESADEQUAÇÃO DO ESPAÇO”
De acordo com o vereador do PS, “foi amplamente repetida a flagrante desadequação do espaço, tanto pela natureza do pavilhão, como pelo estado de manutenção do mesmo”.
“Se é verdade que um pavilhão desportivo deste tipo não está preparado para oferecer as melhores condições para um evento gastronómico, por outro lado, fica evidente que o estado de degradação do mesmo não é apelativo, perde perante outros eventos mais convidativos e, principalmente, não oferece condições para integrar na oferta concelhia os forasteiros que a Amares se desloquem”, considera.
Por essas razões, o vereador do PS entende que há “motivos mais que suficientes para que o Festival das Papas de Sarrabulho inicie um novo ciclo”.
“Numa das mais recentes reuniões de Câmara propus a criação de uma comissão para a avaliação do Festival, no sentido de propor uma profunda reestruturação do evento para as próximas edições, modernizando-o e conferindo-lhe características de inovação que hoje os maiores festivais gastronómicos já estão a implementar”, lembra.
“REVOLTA” DE PARTE DA COMUNIDADE ESCOLAR
No mesmo comunicado, em que junta fotografias do ‘pós-festival”’ Pedro Costa refere que “não pode ser ignorada a revolta” que foi manifestada, junto dos eleitos do PS, “por uma parte da comunidade escolar”.
Segundo o vereador socialista, essa “revolta” deve-se a três factores: “a perturbação do curso natural das aulas, nomeadamente as de Educação Física; a evidente degradação dos equipamentos escolares, tais como cadeiras, mesas e do próprio espaço; as condições de higiene em que foram deixadas as instalações, com lixo deixado no espaço no primeiro dia de aulas, nomeadamente no recinto contíguo onde esteve instalada uma tenda do evento”.
RRC (CP 10478)