O presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, disse esta segunda-feira, em reunião do executivo municipal, que o estacionamento de camiões da Bracicla em frente à autarquia cria problemas de segurança, nomeadamente em termos de visibilidade, pelo que vai reunir com o comandante do posto da GNR para analisar o problema.
“No sábado, tivemos uma situação muito complicada, com uma criança que ia ser atropelada, porque, com os camiões, deixa de haver visibilidade. É altura de dizer basta. Não é com os camiões aqui que [o empresário] vai fazer pressão que os sinais sejam retirados, até porque não podemos ir contra uma decisão do Tribunal”, vincou.
Na reunião, ficou também decidido que todo o executivo municipal vai reunir, na próxima quinta-feira, às 17h30, com os moradores da Rua de Santo Aleixo, em Figueiredo, onde se situa a Bracicla, no sentido de mediar uma solução para o diferendo que se arrasta desde 2015.
A decisão foi tomada depois de o vereador Emanuel Magalhães, do movimento MAIS, ter pedido para que o executivo seja “pragmático e objectivo”, reunindo, numa primeira fase, com os moradores.
Também o vereador do PS, Pedro Costa, vincou a importância de “sentar à mesa as duas partes, que estão muito extremadas”. “É necessário proteger as famílias que ali moram e, ao mesmo tempo, os postos de trabalho e o investimento do empresário”, frisou.
O executivo vai, por isso, procurar uma solução de consenso, junto de ambas as partes, no sentido de resolver o problema enquanto não é criado um novo acesso, algo que Manuel Moreira anunciou na última Assembleia Municipal.
“Na sexta, fechámos o acordo com os proprietários. Nos 300 metros que ligam à Bracicla, teremos que fazer o saneamento, a água e a iluminação e assumimos o compromisso de licenciar o loteamento”, explicou.
O problema, segundo Manuel Moreira, é que aquela é uma zona de REN – Reserva Ecológica Nacional e RAN – Reserva Agrícola Nacional, “o que pode dificultar” e atrasar o processo. Daí que não haja um prazo definido para a criação desse novo acesso.
EMPRESA DIZ QUE SINALIZAÇÃO É DA AUTARQUIA
Na Assembleia Municipal da última sexta-feira, o proprietário da Bracicla, António Veloso, disse que a sinalização é definida pela autarquia, que não se pode escudar na decisão judicial, porque – defendeu – o tribunal apenas ratificou aquilo que foi decidido pelo município.
“Se amanhã a sinalização for outra, o tribunal não irá contra essa decisão. A autarquia tem toda a legitimidade para mudar o sinal. Não temos três ou seis meses para esperar por um acesso que já foi prometido há muito tempo. A criação do acesso pode estar garantida, mas os camiões continuam sem poder entrar na empresa”, criticou.
Ricardo Reis Costa (CP 10478)