O relatório do Estado do Clima Europeu (EEC) mostra que as temperaturas durante o verão em França e na Alemanha aumentaram entre 3 e 4 graus. Os períodos de calor dos meses de Fevereiro, Junho e Julho fizeram de 2019 o ano mais quente de sempre na Europa.
De acordo com o relatório do Estado do Clima Europeu (EEC) de 2019, as temperaturas de Verão em algumas regiões europeias aumentaram de três a quatro graus, com as ondas de calor em França e na Alemanha a quebrar recordes em Junho e Julho. Já a Gronelândia atingiu níveis máximos de degelo dos glaciares.
O número de horas que o sol atingiu a Terra foi o maior já registado, o que levou a grandes períodos de seca na Europa Central, especialmente durante o Verão.
A acompanhar o tempo quente veio um dos Novembros mais chuvosos dos últimos anos.
Os resultados do relatório europeu são idênticos aos divulgados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) que apontava 2019 como o segundo ano mais quente no mundo. Ambos mostram que as temperaturas dos oceanos estão mais altas do que nunca.
As temperaturas médias mundiais dos últimos cinco anos estiveram um grau acima da média prevista no Acordo de Paris, quando a promessa era de mantê-las abaixo em dois graus.
“A Europa está a aquecer significativamente mais rápido que a média global”, disse à BBC Rowan Sutton, director do Centro Nacional de Ciências Atmosféricas do Reino Unido.
Rowan explicou ainda que há duas grandes razões para este aumento.
“Primeiro, as regiões terrestres em geral estão a aquecer mais rápido do que os oceanos, principalmente porque a maior humidade sobre os oceanos diminui a taxa de aquecimento”, começou por dizer.
“Em segundo lugar, as reduções de tipos específicos de poluição do ar contribuíram para o recente aquecimento na Europa, particularmente no Verão”.
Onze dos doze anos mais quentes registaram-se nas duas últimas décadas, o que confirma a previsão de uma tendência clara de aquecimento global. Uma tendência que, aos olhos de muitos cientistas, é já irreversível. Organização Meteorológica Mundial
“Embora a pandemia de covid-19 tenha causado uma grave crise económica e de saúde internacional, o fracasso a enfrentar as mudanças climáticas pode ameaçar o bem-estar humano, os ecossistemas e as economias durante séculos”, disse Petteri Taalas, da OMM, citado pelo jornal britânico The Guardian.
“Precisamos de agir juntos para garantir a da saúde e o bem-estar da humanidade, não apenas nas próximas semanas e meses, mas por muitas gerações”, sublinhou.
Redacção com DN
https://climate.copernicus.eu/sites/default/files/2020-04/ESOTC_v3.mp4