O Presidente da República defendeu esta quarta-feira, na Assembleia da República, que é imperativo afirmar o “papel estruturante das Forças Armadas” para a unidade nacional e alertou contra “messianismos de um ou de alguns”, insistindo na importância de renovar o sistema político.
Estas foram as duas mensagens principais do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na sessão solene comemorativa do 44.º aniversário do 25 de Abril na Assembleia da República, que durou cerca de quinze minutos, e no qual voltou a alertar para o perigo de fenómenos de “contestação inorgânica e antissistémica e de ceticismo contra os partidos”.
O chefe de Estado apelou, uma vez mais, à “capacidade de renovação do sistema político e de resposta dos sistemas sociais, de antecipação de desafios, de prevenção de erros ou omissões”, mas colocou a tónica no “equilíbrio de poderes”, alertando contra “messianismos de um ou de alguns, alegadamente para salvação dos outros”.
Marcelo Rebelo de Sousa pediu que não se deixe espaço para “tentações perigosas de apelos populistas e até de ilusões sebastianistas messiânicas ou providencialistas”.
Depois, referiu-se a “apelos e ilusões” de um “poder forte sonhado, seja ele de uma pessoa, de um partido, de um grupo económico, de um parceiro social, de uma instituição público-privada”.
“Não confundimos o patriotismo de que nos orgulhamos com hipernacionalismos claustrófobos, xenófobo que nos envergonhariam. Nem confundimos o prestígio ou a popularidade mais ou menos conjuntural de um ou mais titulares de poder com endeusamento ou vocação salvífica”, reforçou.
Dirigindo-se aos capitães de Abril presentes e recordando “todos quantos já partiram”, assegurou: “Não esquecemos, não omitimos, não apagamos”.
No início do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu a Revolução dos Cravos e considerou que há que “agradecer uma, dez, vinte, trinta, 40, 44 vezes, e todas as que se sigam no futuro, aos capitães de Abril”.
O seu discurso foi aplaudido de pé, no final, pelos grupos parlamentares do PS, PSD e CDS-PP. Momentos depois, as bancadas do PCP e BE levantaram-se também, sem bater palmas.
FG (CP 1200) com TSF