Isabel Estrada Carvalhais defendeu no plenário do Parlamento Europeu “uma estratégia abrangente, promovida desde logo a partir da educação para a cidadania em contexto escolar, que vise lutar contra os estereótipos de género”.
A parlamentar socialista considera, no âmbito da persistência das desigualdades de género, que “numa estratégia de longo curso é essencial alcançar objectivos contra esta forma de violência estrutural”.
Carvalhais relembrou as causas enraizadas no modo de funcionamento das sociedades, onde persistem concepções sobre a divisão das tarefas familiares e domésticas, sobre quem são os principais cuidadores informais, e que, referiu, “levam a que sejam as mulheres a assegurar um número mais elevado de horas de trabalho não pago, e a condicionar as suas escolhas de carreira”.
A eurodeputada portuguesa foi mais longe, invocando uma leitura ética e uma “falta de verdadeira consciência social”, para apontar o que considera “uma espécie de complacência colectiva em relação a este problema, como se, numa lista de prioridades, houvesse sempre outras questões que o ultrapassam em relevância moral”.
Isabel Carvalhais frisou que 60% da população com qualificações superiores é feminina, mas as mulheres continuam sub-representadas nos lugares de gestão e de direcção, uma situação que também se verifica na agricultura: “Apenas 30% das explorações agrícolas na União Europeia são geridas por mulheres, que estão quase sempre ligadas a tarefas menos remuneradas”.