A campanha de vacinação sazonal contra a covid-19 e contra a gripe arranca no próximo dia 7, uma quarta-feira, começando pela faixa etária dos 80 ou mais anos ou pessoas com comorbilidades, anunciou a directora-geral da Saúde.
“A Direcção-geral da Saúde ouviu a comissão técnica de vacinação covid e outros peritos, nomeadamente peritos relacionados com a vacinação da gripe, e recomenda a vacinação sazonal contra a covid e contra a gripe para as populações de maior risco”, esclareceu esta sexta-feira Graça Freitas numa conferência de imprensa com o objectivo de apresentar o Plano de Vacinação contra a covid-19 e contra a gripe para época de 2022/3.
VACINAS UTILIZADAS?
As vacinas a ser utilizadas nesta campanha de vacinação serão as adaptadas contra as novas variantes, recomendadas esta quinta-feira pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), “dado que estas vacinas têm um perfil de eficácia e segurança adaptado às actuais variantes de SARS-Cov-2 em vacinação”. Contudo, para quem nunca foi vacinado contra a covid-19, “as únicas vacinas aprovadas são as originais”.
As dosagens destas vacinas adaptadas “são iguais às doses das vacinas originais”, conforme explicou depois o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), Rui Santos Ivo.
As vacinas começam a ser entregues na próxima semana em Portugal.
Em relação à gripe, Graça Freitas anunciou que este ano será utilizada “pela primeira vez uma vacina de dose elevada, com uma composição antigénica quatro vezes superior à fórmula padrão, o que lhe confere uma eficácia superior”. Este fármaco é dedicado aos residentes em lares de idosos.
QUEM ESTÁ ABRANGIDO?
Segundo a responsável, são vacinadas “pessoas com 60 ou mais anos de idade, residentes e profissionais em estabelecimentos residenciais para idosos e na rede nacional de cuidados continuados, pessoas com 12 ou mais anos de idade com patologias de risco que estão definidas numa norma, grávidas com 18 ou mais anos de idade com doenças que também estão definidas nessa norma”.
Estão ainda incluídos nesta lista profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados.
Dirigindo-se aos jornalistas no auditório do Infarmed, Graça Freitas anunciou ainda “pequenas diferenças nos grupos” a quem vai ser administrada, de forma gratuita, a vacina da gripe: pessoas com 65 ou mais anos de idade e pessoas que residem em estabelecimentos residenciais para idosos e na rede nacional de cuidados continuados.
“Para as patologias, a vacina da gripe permite a vacinação de crianças com seis ou mais anos de idade, grávidas sem limite de idade e profissionais e prestadores de cuidados”, acrescentou.
“A vacinação sazonal contra a covid-19 e contra a gripe está recomendada em co-administração. Portanto, para quem queira – e é o que nós recomendamos – será dada na mesma oportunidade de vacinação, mas em membros distintos: uma no braço esquerdo e um no braço direito”, referiu também a responsável.
Ainda no caso dos utentes que vão receber a vacina sazonal contra a covid-19, devem fazê-lo com três meses de intervalo desde a última dose ou infecção.
“A vacina sazonal contra a covid fazem apenas esta dose, independentemente das doses recebidas no passado”, explicou Graça Freitas. “As pessoas não tenham a preocupação se fizeram o segundo e terceiro reforço, porque o que conta é ter a vacinação primária e, depois, o reforço vacinal”.
“Esta estratégia será ajustada em função das necessidades epidemiológicas, científicas ou outras”, esclareceu.
ONDE DECORRE A VACINAÇÃO?
Tal como no ano passado, a vacinação decorre nos centros de saúde, nos centros de vacinação – estão previstos pelo menos 397 pontos de vacinação -, nos estabelecimentos residenciais para idosos e na rede nacional de cuidados continuados, e ao domicílio, no caso das pessoas acamadas.
A convocação dos utentes será feita através dos mecanismos tradicionais.
“Para executar esta campanha foi estabelecido um dispositivo que tem uma capacidade semanal de agendamento de cerca de 280 mil pessoas. Está distribuído por todo o território nacional em 397 pontos de vacinação, dois terços dos quais localizados em centros de saúde”, detalhou o coronel Carlos Penha-Gonçalves.
Com NM