A enfermeira diretora no conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), Maria Dulce da Silva Pinto, nomeada na quinta-feira pelo Governo, esteve em 2021 envolvida numa polémica relacionada com a vacinação contra a covid-19.
O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira uma resolução em que nomeia a enfermeira diretora Maria Dulce da Silva Pinto como vogal executiva no conselho administração da ULSAM.
O caso tem início em junho de 2021, quando a ‘task force’ do plano da vacinação contra a covid-19 participou à PJ e à Inspeção-Geral de Atividades em Saúde (IGAS) um caso de alegada vacinação indevida de utentes no Porto.
Na ocasião, um número indeterminado de pessoas sem os requisitos exigíveis terá recebido vacinas na zona do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Porto Oriental, que tinha como diretora executiva Maria Dulce da Silva Pinto.
O coordenador do plano de vacinação à época, o vice-almirante Gouveia e Melo, pediu também ao responsável máximo da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) “para que imediatamente tomasse providências para isto não voltar a acontecer e para se tirarem todas as consequências”.
Contactada nessa altura pela Lusa, a ARS-N confirmou a abertura do inquérito, escusando-se a adiantar quaisquer detalhes.
Segundo noticiou na ocasião o Correio da Manhã, Maria Dulce Pinto foi “afastada de funções no processo de vacinação contra a covid-19, após virem a público casos de jovens de 18 anos, vacinados antecipadamente naquela região”.
O jornal adiantava não ter sido a primeira vez que a enfermeira tinha sido afastada de funções. Em 2012, “apresentou um currículo com falsas habilitações, num escândalo com alegadas informações falsas na ARS-Norte”.
Já no início deste mês, a Lusa contactou o chefe de gabinete da ministra da Saúde para confirmar a nomeação da enfermeira diretora, mas Jorge Mendes disse desconhecer o assunto.
Questionada sobre o mesmo assunto no início do mês, fonte da ULSAM referiu que Maria Dulce Pinto desempenhava, desde 21 de fevereiro, as funções de assessora para a área de enfermagem, mas que não integrava o conselho de administração.
Questionado esta segunda-feira pela Lusa, o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, o socialista Manoel Batista, que é também presidente da Câmara de Melgaço, não quis comentar a nomeação do Governo.
A agência Lusa contactou esta segunda-feira a enfermeira diretora e o presidente do conselho de administração da ULS, mas sem sucesso.
Com esta nomeação de Maria Dulce Pinto, o Governo preenche o lugar que se encontrava vago desde fevereiro, aquando da tomada de posse da administração da ULSAM.
Com Executive Digest
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