‘100 anos do nascimento de António Sampaio’ é o nome da exposição que a Fundação Bienal de Arte de Cerveira promove, até 18 de Junho, para recordar o percurso do artista, que residiu na vila das artes na década de 80. No total são apresentadas cerca de 75 obras, criadas entre 1942 e 1994, na maioria pertencentes à colecção dos herdeiros do pintor.
“António Sampaio foi meu professor de pintura nos anos 60 e teve como alunos alguns dos artistas plásticos que mais têm contribuído para a promoção da arte contemporânea portuguesa”, explica Cabral Pinto, coordenador artístico e de produção da Fundação Bienal de Arte de Cerveira.
A exposição reúne, no Fórum Cultural, desenhos, aguarelas, tapeçaria, óleos, bem como alguns objectos pessoais do pintor, onde se inclui a correspondência com artistas e intelectuais seus contemporâneos.
A relação de António Sampaio com Vila Nova de Cerveira remonta a 1978. Participa na primeira edição da Bienal Internacional de Arte de Cerveira e compra casa na freguesia de Gondarém, que começa a restaurar a partir de 1979. A Bienal Internacional de Arte de Cerveira começa em 1978 no seguimento das quatro anteriores edições dos Encontros Internacionais de Arte (Valadares, Póvoa de Varzim, Viana do Castelo e Caldas da Rainha) promovida pelo Grupo Alvarez. A organização, que toma o pintor Dominguez Alvarez (1906-1942) como mestre, tem em Sampaio e Jaime Isidoro (1924-2009) os principais propulsionadores.
Para a posterioridade ficou a fotografia que registou a criação da obra ‘Pintura-Poema’, na primeira edição da Bienal de Cerveira, que serve agora, passados 38 anos, de mote para o cartaz do ciclo de exposições ‘100 anos do nascimento de António Sampaio’.
António Sampaio (1916-1994) nasceu em Vila Nova de Gaia no seio de uma família de classe média alta. Aos 14 anos inscreveu-se, sem o conhecimento do pai, no Curso Preparatório da Escola de Belas Artes do Porto. É neste período que tem oportunidade de conviver com artistas plásticos e arquitectos, ingressando, efectivamente, em 1932, no Curso Especial de Pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto e, entre 1937 e 1944, no Curso Superior de Pintura desta mesma instituição. António Sampaio conciliou o seu percurso académico com o trabalho na Cerâmica Lusitânia e posteriormente como docente do ensino secundário.
Expôs desde 1941 até 1993, em Portugal e no estrangeiro, tendo participado, igualmente, em inúmeras mostras coletivas patentes em instituições como a Sociedade Nacional de Belas-Artes, o Secretariado Nacional de Informação, o Museu Nacional Soares dos Reis ou o Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso.