O Sporting Clube de Braga garantiu, este sábado, em comunicado, que a Taça de Portugal conquistada em 1966, e que se encontra penhorada à ordem de um processo que envolve o antigo gestor do Bingo, “não vai ser posta à venda a partir da próxima semana”.
Comentando uma notícia do JN de hoje, segundo a qual a venda será efetuada na próxima semana, se o Clube não pagar voluntariamente uma dívida de 797 mil euros ao antigo gerente do Bingo, Sebastião Carvalho Campos, o SC Braga garante que a Taça não sairá da vitrine do museu do clube.
O clube argumenta que já interpôs um recurso de revisão da sentença do Tribunal da Relação de Guimarães, que o obriga a pagar uma verba que diz ser de 574 mil euros, mas que a advogada do ex-gestor do Bingo, Amélia Mesquita, do escritório de Nuno Albuquerque diz que ultrapassa os 800 mil.
O Sporting de Braga adianta que interpôs recurso de revisão para revogação da sentença proferida no aludido processo, com fundamento em que a mesma foi proferida com base em documento falso, o qual determinou os montantes elevados dela constantes, recurso esse que já foi admitido pelo tribunal.
Amélia Mesquita diz que desconhece qualquer recurso, mas salienta que não tem efeitos suspensivos sobre a execução da dívida, garantindo, por isso, que a venda da Taça pode ser feita a partir de segunda-feira.
“Vamos decidir a modalidade da venda da marca, do logotipo, da Taça e dos terrenos da Academia, doados pela Câmara, que, embora ainda não estejam registados a favor do SC Braga, já têm um registo de penhora.
No comunicado, o Sporting Clube de Braga diz que soube que o ex-gerente do Bingo tinha saído de outras empresas, onde trabalhava ao mesmo tempo que era diretor da sala de Bingo, e onde também era contabilista, na sequência da descoberta de irregularidades na contabilidade, em prejuízo daquelas, e ordenou que fosse feita uma auditoria à contabilidade do Bingo, tendo verificado que o salário real do trabalhador era de apenas 1.500 euros e que o recibo de vencimento que este apresentou ao tribunal era falsificado, tanto que nem constava do programa de contabilidade onde eram processados os salários
“O Sporting Clube de Braga interpôs recurso de revisão para revogação da sentença proferida no aludido processo, com fundamento em que a mesma foi proferida com base em documento falso, o qual determinou os montantes elevados dela constantes, recurso esse que já foi admitido pelo tribunal”.
Sobre estas duas vertentes, a defensora de Sebastião Campos diz que o recurso é apenas para “ganhar tempo” e garante que os argumentos nele aduzidos já foram apresentados e discutidos nos Tribunais, de Trabalho e da Relação, os quais não deram razão ao SCB.