Há mais de dez relatórios do foro pedopsiquiátrico em que a menina diz que mentiu sobre os alegados abusos sexuais do avô para agradar à mãe. Foi esta a tese defendida, esta terça-feira, no Tribunal de Instrução de Braga, por Paulo Monteiro, o advogado do empresário de Braga, com empresa em Vila Verde, que, recentemente, foi acusado de abusar da neta, depois de o ter sido na pessoa de uma filha maior de idade.
O jurista disse, nas alegações finais, que os relatórios, elaborados por peritos da Segurança Social, do Centro de Acolhimento de Santo Adrião e do Colégio João Paulo II, onde a criança anda, têm provas “abundantes e significativas” de que terá sido industriada para acusar o avô.
Negando a prática de qualquer crime na pessoa da menor, hoje com 12 anos, o jurista pediu ao Tribunal que receba os relatórios e os tenha em conta na decisão final, ou seja, que não pronuncie o arguido.
Na ocasião, o advogado oficioso da menor, Rui Ramôa, limitou-se a “pedir justiça”, enquanto o Ministério Público manteve a posição de que António Barros deve ser julgado.
Na fase de inquérito e sob interrogatório de uma magistrada, a criança afirmou que o avô se encostava a ela, lhe meteu a mão nas cuecas e lhe tocou na vagina, ou, ainda, que lhe terá encostado o pénis. Numa certa fase da conversa mistura os alegados factos com um pesadelo que tivera.