Os quatro alunos da UMinho que estão acusados de terem causado a morte, em 2014, a três colegas, explicaram esta quinta-feira ao Tribunal de Instrução que a estrutura das caixas de correio ruiu em questão “de segundos” e garantiram que não se aperceberam de que tal pudesse suceder até porque era frequente ser um dos locais escolhidos para festejos ligados à praxe.
Os quatro arguidos confessaram que se puseram em cima da estrutura, aos saltos, mas garantiram que nada os levou a pensar que o muro ia cair, soterrando os colegas que estavam em baixo.
João Miguel Afonso, de 19 anos, de alcunha o ‘Hobbit’, residente em Chaves, José Pedro Santos Monteiro, de 20 anos, conhecido como ‘Sayid’, de Paços de Ferreira, Luís Paulo Ferreira Pedro, o ‘Stick’, de 20 anos e morador na mesma cidade e André Alexandre Pinheiro Marinho, de Vermoim, Famalicão, também com 20 anos, estão acusados de, em abril de 2014, terem provocado que a base da estrutura, na rua do Vilar, rodasse sobre si mesma e caísse para a frente, esmagando quatro colegas de curso, três dos quais acabariam por falecer. Houve ainda quatro feridos ligeiros.
Guerra de cursos
Os quatro explicaram que estavam a celebrar a “vitória” do curso de engenharia informática, que frequentavam, sobre o de medicina, numa antecedente “guerra de cursos”.
O Tribunal ouviu o fiscal camarário, – actualmente na Polícia Municipal . António Afonso que acompanhou, em janeiro de 2010, o engenheiro da Câmara, António Gonçalves – chefe da fiscalização – quando este ali se deslocou para verificar o estado de um muro situado perto do das “caixas de correio”. Fê-lo na sequência de uma carta do condomínio chamando a atenção da Câmara para a sua provável queda.
O fiscal relatou que a informação foi dada ao seu chefe por escrito que a enviou para o vereador responsável. O município ordenou, de seguida, ao proprietário que fizesse obras, o que este cumpriu, conforme o fiscal verificou em fevereiro.
Nenhum dos dois, o fiscal e o engenheiro constatou qualquer problema nas caixas de correio. O debate prossegue a 29 de junho com a inquirição, como arguidos, do técnico superior da Câmara e do responsável pelo condomínio.
PressMinho