O artista vimaranense Dinis Ribeiro tem patente até 30 de Setembro em diversos espaços do Palácio de S. Bento a mostra de escultura ‘Sociedades/Fragilidades do Singular’.
A mostra- resultante de uma proposta dos deputados socialistas Luís Soares, eleito por Braga, e José Manuel Carpinteira, eleito por Viana do Castelo- integra obras tridimensionais, singulares e minimalistas, caracterizadas por um certo primitivismo estético, que conjugam matérias-primas essenciais e robustas (como a pedra, a madeira e o metal), trabalhadas manualmente, de modo abreviado, para produzirem uma sensação de intervenção humana quase residual.
Na sua composição, equilibram formas e volumes por vezes tão antagónicos que parecem desafiar a gravidade para simular fragilidades. Contrastando com a aparente simplicidade das peças, a mensagem transmitida é complexa e substantiva, adquirindo especial significado na instituição que as acolhe: ordenadas em três núcleos que remetem para três marcos temporais da filosofia ocidental (‘Grécia: Teseu e a Cama de Procusto’, ‘Livre-Arbítrio: Santo Agostinho’ e ‘O Existencialismo é um Humanismo: Jean-Paul Sartre), que funcionam como um convite à reflexão sobre o indivíduo e a sua formatação social, a tensão entre a liberdade individual e as liberdades e garantias coletivas, o sentido da evolução das relações e das organizações humanas.
Nas palavras de Dinis Ribeiro, apelam ao pensamento mais profundo sobre a “fragilidade do Homem, Cidadão, Contribuinte, Estudante, Profissional, Político. Enquanto ser individual autónomo e livre, acabando por ser integrado e defendido por sociedades que em muitos casos acabam por protegê-lo não pela sua essência mas na medida em que este é sistematizado e refém na própria sociedade”.
FG (CP 1200)