Um camião atropelou uma multidão em Nice na noite desta quinta-feira, no Passeio dos Ingleses, a marginal daquela cidade do sul de França, que se juntou para ver o fogo-de-artifício, lançado a propósito da celebração do dia da Tomada da Bastilha, um feriado francês que se comemora a 14 de Julho.
Está confirmada a morte de 84, muitos deles estrangeiros, mais de cem feridos e 18 pessoas que estão em estado crítico, segundo o último balanço das autoridades franceses.
José Luís Carneiro, o secretário de Estado das Comunidades Portugueses, ainda não tem conhecimento de qualquer vítima portuguesa. Em Nice vivem cerca de 10 mil portugueses.
Cúmplices em fuga?
Sobre o condutor do ao camião, as autoridades confirmam que foram encontradas espingardas e granadas dentro do veículo e que o homem que o conduzia foi abatido, sem antes abrir fogo sobre a multidão.
Os serviços de segurança franceses identificaram o motorista do camião, que lançou o veículo contra a multidão na avenida marginal de Nice, como um cidadão franco-tunisino de 31 anos, residente na cidade.
As autoridades francesas admitem a existência de cúmplices que podem estar em fuga.
Algumas contas do Twitter associadas ao Daesh estão a celebrar o ataque em Nice. A autoria do ataque ainda não foi reivindicada.
Estado de emergência prolongado
O Presidente francês, François Hollande, decretou três dias de luto nacional, de sábado a segunda-feira, na sequência do atentado em Nice.
As autoridades francesas consideram estar perante um atentado terrorista e Hollande anunciou o prolongamento por mais três meses do estado de emergência que vigora no país desde os atentados terroristas de Novembro de 2015 em Paris.
Manuel Valls, o primeiro-ministro francês, afirmou que o “acto terrorista” em Nice prova, uma vez mais, que existe uma “situação de guerra” e garantiu que a França não se deixará desestabilizar, nem cederá perante os terroristas.
“A França é um grande país e uma grande democracia que não se deixará desestabilizar”, sublinhou Valls, numa breve declaração pública no final do conselho de segurança e de defesa, a que presidiu Hollande.
Marcelo e Costa já reagiram
De acordo com fonte oficial de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa enviou a François Hollande “um telegrama de condolências e ao mesmo tempo de solidariedade pelo bárbaro atentado acabado de cometer em Nice, exprimindo o pesar de todos os portugueses ao Presidente francês”.
A mensagem enviada ao Presidente francês, a que a Lusa teve acesso, o chefe de Estado português afirma que “foi com grande consternação” que recebeu a notícia “do hediondo atentado ocorrido esta noite em Nice, que teve lugar, para mais, num dia tão especial para França” – o feriado nacional em que se evoca a Tomada da Bastilha, que marcou o início da Revolução Francesa, em 1789.
“Os meus pensamentos estão com as dezenas de vítimas e com os seus familiares, com todos os franceses, em solidariedade fraterna neste momento de dor e de angústia. Em meu nome e no de todos os Portugueses, envio as mais sentidas condolências ao Presidente François Hollande e a todo o povo francês”, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.
“O Governo Português repudia e condena veementemente este atentado que, mais uma vez, ataca a França e todos os Europeus#. É desta forma que o primeiro-ministro, António Costa, reage ao ataque desta noite em Nice.
Num comunicado enviado às redações, o governante lamenta as vítimas e manifesta “total solidariedade para com França e os franceses”.
Sobre os portugueses em Nice, António Costa diz que a “embaixada e os consulados estão a trabalhar com as autoridades francesas e disponíveis para ajudar todos os que necessitem”.
O primeiro-ministro fecha o comunicado dizem que “Portugal sofre com a França neste dia 14 de Julho, dia nacional da França”, acrescentando que “todos partilhamos os seus valores: liberdade, igualdade, fraternidade”.
FG (CP1200) com TSF e agências