Três investigadores da Escola de Engenharia da Universidade do Minho patentearam um motor capaz de obter rendimentos muito elevados, no qual o movimento do pistão é livre e aproveita extensivamente a energia que é perdida em motores convencionais.
Segundo a Reitoria, o projeto tem apoio de um empresário dos EUA e está em terceiro lugar entre os 200 trabalhos do concurso de inovação ‘Create the Future Design Contest, da revista ‘NASA Tech Briefs.
A votação decorre até 9 de setembro em contest.techbriefs.com/2016/entries/automotive-transportation/6618.
O motor está a ser desenvolvido na UMinho por Jorge Martins e Francisco Brito, professores do Departamento de Engenharia Mecânica, e por Tiago Costa, aluno do doutoramento em ‘Líderes para as Indústrias Tecnológicas’ doMIT-Portugal, em conjunto com Bernie Bon, um empresário americano entusiasta pelos motores.
“Vimos a ideia inicial de Bernie num grupo do Linkedin, trocámos impressões e daí juntámo-nos ao projeto, introduzindo vários melhoramentos”, conta Jorge Martins.
Dois investidores americanos apoiaram a divulgação do conceito em conferências e suportaram o registo da patente nos EUA. Um terceiro elemento deve financiar em breve a produção do primeiro protótipo. “Participar neste concurso dá visibilidade ao projeto, à UMinho e à ciência portuguesa”, assinala Tiago Costa.
O novo motor, ‘Hyper4 High Efficiency Engine’, é mais leve e compacto, permitindo o desenho de um ciclo termodinâmico sobrexpandido, algo que Jorge Martins estuda há 15 anos. A maior eficiência está em redirecionar a energia desperdiçada num motor convencional, tanto em gases quentes de escape como no arrefecimento do radiador.
Assim, este motor alia várias estratégias de aumento de rendimento, como combustão a volume constante, taxa de compressão variável, sobrexpansão e regeneração interna. O que permite todas as inovações é o novo formato do sistema que transfere energia mecânica para a caixa de velocidades (nos motores comuns, isto é feito pela cambota). Trata-se de um sistema de cames que possibilita o movimento alternativo dos pistões no interior dos cilindros. Isso faz com que os quatro tempos do ciclo termodinâmico de Otto (admissão, compressão, expansão e escape) deixem de ser constantes e adotem a extensão necessária de modo a otimizar a conversão de energia térmica em mecânica.
Luís Moreira (CP 8078)