A tensão entre a Alemanha e a Turquia está a aumentar depois de esta semana ter sido divulgado um documento do governo alemão que considera o país governado por Tayyip Erdogan como uma plataforma para terroristas, conta a Renascença.
Os conflitos entre os dois países têm-se sucedido nos últimos meses, desde que a Turquia assinou com a União Europeia um acordo em que se compromete a ajudar a travar o fluxo migratório que chega à Europa. O último ponto de fricção entre as partes resultou do período pós-tentativa de golpe de Estado falhado na Turquia com todas as críticas do ocidente à reacção do governo, nomeadamente as milhares de detenções.
No documento divulgado pela televisão germânica ARD esta semana, e citado pela Renascença esta semana, está escrito que a Turquia é actualmente uma plataforma para grupos islâmicos e que o Presidente Tayyip Erdogan tem uma afinidade ideológica com o Hamas em Gaza, e com a Irmandade Muçulmana no Egipto, bem como com grupos separatistas da oposição na Síria.
Steffen Seibert, porta-voz do governo alemão, recusou comentar o caso, que resulta de um documento do ministério do Interior alemão que se destinava a responder às questões do partido de esquerda Linke.
Turquia responde e anuncia a libertação de 38 mil presos
A resposta da Turquia surgiu não se fez esperar e surgiu num tom duro. “Estas acusações são um pensamento retorcido, que tem tentado deitar o nosso país abaixo, tendo como alvo o nosso governo e o nosso Presidente”, disse o ministro turco dos Negócios Estrangeiros.
Entretanto, a Turquia anunciou que vai libertar 38 mil presos. Uma decisão que terá sido tomada devido, segundo o jornal i, a uma sobrelotação nos estabelecimentos prisionais, uma vez que milhares de pessoas foram detidas depois da tentativa de golpe de Estado, no passado dia 15 de Julho.
O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça turco, lê-se no Guardian. Bekir Bozdağ explicou que este decreto do governo não é uma amnistia ou um perdão e não se aplica a crimes cometidos depois do dia 1 de julho.
O documento permite a libertação de presos que tenham dois anos ou menos de pena ainda por cumprir e aqueles que já tenham cumprido metade da pena tornam-se candidatos à liberdade condicional. Excluídas deste processo estão as pessoas presas por homicídio, violência doméstica, abusos sexuais, terrorismo e outros crimes contra o Estado, esclarece o i.
FG (CP 1200) com Renascença e i