O executivo municipal de Vila Verde aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, a abertura de um período de consulta a diferentes instituições bancárias com vista à contracção de um empréstimo, na ordem dos dois milhões de euros, que se destina a suportar um plano de investimentos que a autarquia pretende executar.
Segundo António Vilela, este plano de investimentos, que ascende aos dois milhões de euros, visa “resolver problemas mais urgentes” nas áreas das vias de comunicação, do urbanismo, do abastecimento público de água e do saneamento básico, tratando-se de “obras extremamente necessárias para melhorar a condição de vida dos vilaverdenses e reforçar a atractividade do concelho”.
“Fruto de uma política orçamental pautada pelo rigor e pelo equilíbrio, o município encontra-se hoje numa situação financeira perfeitamente controlada e estável que permite que o investimento superior a dois milhões de euros corresponda a menos de 10% da efectiva capacidade de endividamento da Câmara Municipal de Vila Verde”, assegura o presidente da Câmara.
De acordo com Vilela, “a redução de encargos conseguida no processo de renegociação da dívida do Município vai permitir, com uma folga ainda considerável, fazer face à totalidade dos encargos com a contracção deste empréstimo, situação apenas possível fruto de uma criteriosa gestão dos dinheiros públicos”.
PLANO DE INVESTIMENTOS
Nas obras a realizar, de acordo com a informação prestada por António Vilela, consta a requalificação de cerca de 130 quilómetros de estradas municipais, a pavimentação da estrada de acesso ao parque industrial de Oleiros e arranjos urbanísticos.
Consta também o abastecimento de água em Dossãos, em Aboim da Nóbrega e em Pedregais, além de ligações de saneamento básico em Escariz São Mamede, Parada de Gatim, Soutelo, Prado, Cabanelas e Moure.
O objectivo é que as intervenções em matéria de reabilitação urbana contribuam para “criar um ambiente urbano apelativo, gerador de novas dinâmicas económicas locais, reforçando assim a atractividade e a competitividade do concelho”.
“Não será uma gestão feita para a comunicação social ou para os jornais mas um investimento fundamental para Vila Verde. Estas obras contemplam execuções que em certas áreas poderão ser totais e noutras parciais, como é o caso da rede de saneamento e do abastecimento público de água, onde serão realizadas obras estratégicas que completam os sistemas existentes ou reforçam as coberturas que já existem actualmente”, destaca António Vilela.
OUTRAS OBRAS ASSOCIADAS
A este plano de investimentos, segundo António Vilela, “serão ainda associadas as obras a executar pelos fundos próprios do Município e pelas candidaturas já aprovadas ou em vias de aprovação”.
Estão neste caso “os três milhões de euros apresentados para a rede de saneamento básica, os cerca de 5,6 milhões de euros apresentados para a requalificação urbanística, os cerca de 1.194.968,00€ no âmbito do PAMUS para ciclovias urbanas e expansão de rede pedonal estruturante na Vila de Prado e Vila Verde, cerca de dois milhões de euros na requalificação das escolas EB 2/3 de Vila Verde e EB 2/3 de Prado e cerca de 400.000,00€ para a execução da Ecovia do Cávado/Homem”.
“A este programa de investimento será ainda acrescentado como estratégico a atracção de empresas e a criação de emprego em Vila Verde. Julgo, assim, estarem criadas todas as condições para que o concelho de Vila Verde continue num ritmo de crescimento e de desenvolvimento que já conhece há alguns anos com um nítido aumento da qualidade de vida dos vilaverdenses e uma perspectiva de crescimento sem par”, perspectiva o autarca.
PS A FAVOR MAS “LAMENTA AUSÊNCIA DE RESPOSTAS”
Os vereadores socialistas José Morais e Manuela Machado votaram favoravelmente a proposta, manifestando “total disponibilidade de colaboração” com o executivo PSD para que as obras sejam concluídas ao longo do próximo ano.
“É caso para dizer que mais vale tarde do que nunca. Após 20 anos de social-democracia e da total ausência de investimento em obras estruturantes, o sr. presidente de Câmara assume agora o compromisso de realizar estas obras até final do seu mandato”, destacaram.
Ainda assim, os dois representantes do PS lamentaram “a ausência de respostas quanto ao detalhe das obras a realizar, à calendarização das mesmas e ao custo estimado que cada uma delas terá”.
“Só assim se perceberia se efectivamente existe planeamento para investir os 2 milhões de euros do novo empréstimo. Ao não responder, ao não apresentar qualquer estudo, plano, calendário ou estimativa de custo, fica no ar a suspeita de que a referida tabela de obras poderá não passar de uma tabela de intenções”, acusa o PS.
Para os vereadores da oposição, António Vilela, “ao não levar todos os procedimentos de concurso relacionados com estes investimentos à reunião de Câmara”, mostra “que não pretende transparência na gestão que será feita da verba disponibilizada pelo novo empréstimo”.
“Ainda assim, deixamos publicamente a garantia de que vamos solicitar cópia de todos os procedimentos contratuais que envolvam a gestão desta verba, sejam ajustes directos, sejam concursos públicos e vamos torná-los públicos”, prometem.
Segundo José Morais e Manuela Machado, “os vilaverdenses terão o direito de saber que empresas vão fazer o trabalho, por que valores e em que datas”.
“Uma informação que lamentavelmente tenta esconder, em vão. Bem sabemos dos tiques com que procura governar o Município, mas infelizmente para si, vivemos em democracia e tem o dever de prestar contas a todos, inclusive aos vereadores da oposição”, criticam.
Ricardo Reis Costa (TP 2298)