Os dois incêndios de grandes proporções que deflagraram na passada segunda-feira no concelho de Vila Verde consumiram cerca de mil hectares de floresta, entre mato, giesta e eucalipto, apurou o jornal O Vilaverdense.
Ao que apurámos, cada um dos incêndios – o de Mós e o de Gondomar – consumiu aproximadamente uma área de 500 hectares.
No Facebook, o presidente da Junta da União de Freguesias de Pico de Regalados, Gondiães e Mós, César Cerqueira, indiciou que as chamas, que chegaram a ser combatidas por cerca de 200 operacionais, atingiram cerca de 70% da mancha florestal da freguesia. O incêndio chegou a ter seis frentes activas.
CÉSAR CERQUEIRA FALA EM DESORDENAMENTO FLORESTAL E URBANÍSTICO
César Cerqueira aponta “o desordenamento florestal e urbanístico, associado à falta de responsabilidade e bom senso de proprietários, que acham que ter património não implica conservá-lo e mantê-lo limpo”, nomeadamente perto de habitações, como principais causas do incêndio.
Segundo o autarca, «mais do que falar sobre como teve início ou como deveria ter sido combatido, importa, agora que o incêndio foi controlado, tirar algumas ilações».
“A todos aqueles que deram o seu contributo para que não tenha sido ainda pior, um muito obrigado”, escreveu.
LUÍS MORAIS: “NÃO SOMOS HERÓIS”
Na mesma rede social, o adjunto de comando dos Bombeiros de Vila Verde, Luís Morais, lembra que os operacionais trabalharam “nos limites da segurança”, passando horas de “grande angústia” e “grande esforço”, sem nunca “virar a cara à luta”, e mostra “alguma apreensão com o comportamento de alguns (poucos) habitantes locais”.
“Peço desculpa mas não vale tudo. Nós não somos heróis, mas damos tudo. E quem nos criticou e nos tentou humilhar, não os vi fazer nada para minimizar os problemas”, aponta, lembrando que na primeira hora estavam apenas 14 elementos a combater seis frentes activas.
“A todos operacionais dos diversos corpos de Bombeiros, sapadores e estruturas da Protecção Civil, que disseram sim, e que não recuaram quando tudo parecia perdido.
Aos dois presidentes da junta que nunca nos abandonaram, ao Município de Vila Verde, à GNR que nos protegeu, ao Sr. Cepa do Intermarché. Gostaria de agradecer do fundo do coração tudo o que fizeram”, finaliza.
“CONFIANÇA” E “AGRADECIMENTO” DE PATRÍCIO ARAÚJO
O vereador da Protecção Civil da Câmara de Vila Verde, Patrício Araújo, utilizou também o Facebook para deixar palavras de “confiança”, “encorajamento” e “reconhecido agradecimento aos muitos bravos” que, “de forma abnegada”, combateram os incêndios que afectaram o concelho de Vila Verde.
“Nesta ocasião, quero também lembrar a todos que nenhum palmo de floresta a arder vale a vida de um combatente ou o sofrimento dos seus mais próximos. Razão pela qual exorto todos a não facilitarem nas operações de combate e a não baixarem a guarda nesta luta”, frisou.
O autarca deixa também “um apelo às populações mais afectadas para que mantenham a calma e com todo o sentido cívico, numa atitude de vigilância, colaborem por todos os meios com os bombeiros e com todas as autoridades no terreno» para que «as preocupações com a segurança se mantenham devidamente acauteladas”.
RRC (TP 2298)