O PS de Vila Verde mostrou-se esta segunda-feira “absolutamente contra” a sétima alteração às Grandes Opções e Plano, que prevê, segundo os socialistas, “a retirada de verbas fundamentais para o combate aos incêndios”. O presidente da Câmara, António Vilela, assegura, no entanto, que “o PS e a população vilaverdense podem estar sossegados porque haverá sempre meios no que diz respeito às competências da autarquia para prevenção e combate aos incêndios”.
“Como pode ter a coragem de diminuir 5 mil euros à Protecção Civil e Luta Contra Incêndios? Como pode, também, retirar 5 mil euros à rubrica de ‘Infraestruturas Florestais’? Como pode, também, retirar 5 mil euros à rubrica ‘Infraestruturas Florestais’, nomeadamente caminhos e pontos de água? Como pode, também, retirar 17 mil euros à rubrica ‘Protecção do Meio Ambiente e Conservação da Natureza’? Não são precisamente os aspectos onde agora retira verbas, aqueles que populares, autarcas e responsáveis operacionais apontam como insuficientes no nosso concelho?”, questionam os vereadores do PS.
Os socialistas consideram que a verba inscrita pela autarquia no capítulo da Protecção Florestal, “apenas 60 mil euros”, é “muito pouco para quem anualmente esbanja milhares em festas inúteis”. “Seja por mão criminosa ou, menos provável, por causas naturais, percebe-se no terreno que apesar do esforço e boa vontade dos nossos bombeiros, há muito que deveria ter sido feito, que efectivamente não tem sido”, frisa o PS.
“Sr. Presidente, o resultado do desinvestimento municipal nesta matéria está à vista de todos. Esperamos que já tenha tido oportunidade de agora, regressado de férias, se inteirar no terreno da catástrofe provocada pelos incêndios”, criticam os socialistas, lembrando os incêndios que afectaram Aboim da Nóbrega e Gondomar, Pico de Regalados, Gondiães e Mós, Dossãos, Ribeira do Neiva, Prado S. Miguel, Freiriz, entre outros.
“E, não obstante este desinvestimento na luta contra incêndios por parte do executivo social-democrata, os vereadores e todos os eleitos do PS querem publicamente manifestar total solidariedade para com todos os vilaverdenses que sofreram com os incêndios florestais, afirmando de forma clara e taxativa que não se revêm nesta gestão camarária que gasta em festas o que devia investir no concelho, neste caso, na luta contra incêndios”, aponta o PS.
VILELA: “PODEM ESTAR DESCANSADOS”
O presidente da Câmara de Vila Verde assegura que “o PS e a população vilaverdense podem estar sossegados porque haverá sempre meios no que diz respeito às competências para prevenção e combate aos incêndios”.
“Durante o período de defeso, a autarquia, juntamente com outras entidades e organismos que com ela directamente colaboram, fez todo o trabalho de prevenção, desde a limpeza do mato, a abertura de caminhos e a criação de outros meios de prevenção e combate”, explica.
“A prova disso é só dois grandes incêndios assolaram verdadeiramente o concelho e ganharam proporções maiores pelo facto de as ignições terem acontecido em locais diferentes e em simultâneo, o que dificultou o combate imediato”, frisa.
Vilela lamenta, por isso, que “o PS queira fazer deste um caso político e esteja a procurar criar ascendente a partir de uma situação que deve unir todos e não dividir”, garantindo ter recebido “palavras de apoio” por parte do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.
VOTO DE LOUVOR
Esta manhã, o executivo municipal aprovou, por unanimidade, um voto de reconhecimento e agradecimento “pelo trabalho voluntarioso e sem apego a valores materiais” que as corporações de bombeiros desenvolvem em Vila Verde e, no geral, em todo o país.
“A Câmara Municipal de Vila Verde vem por este meio manifestar publicamente o seu mais profundo reconhecimento e agradecimento pela forma pronta e abnegada como os referidos fogos foram combatidos graças à pronta intervenção dos bombeiros, da protecção civil municipal, das Juntas de Freguesia, dos sapadores municipais, da GNR, do exército, das populações locais e de muitos cidadãos anónimos”, frisa a autarquia.
O executivo reconhece também o “papel central” da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde “nesta enorme missão”, assegurando que “tudo fará para continuar a melhorar os meios disponíveis e tornar os Bombeiros mais aptos para responder às exigências da Protecção Civil das populações”.
Segundo o PS, “não se pode, numa reunião de executivo camarário, às 10 h da manhã apresentar votos de louvor aqueles que combatem os incêndios, para, às 12 h, se retirarem verbas fundamentais para esse mesmo combate aos incêndios”.
Ricardo Reis Costa (TP 2298)