Morreu este sábado, aos 79 anos, num hospital do Porto, onde estava internado há uma semana, o escultor e artista plástico José Rodrigues.
Entre as inúmeras obras que o ‘Mestre’ – como era conhecido no meio das artes plásticas – deixou, está o monumento evocativo ao 25 de Abril que se encontra ao fundo da avenida da Liberdade, ao lado do parque de São João da Ponte, em Braga.
Inaugurado em 1993, pelo então Presidente da República Mário Soares, a obra celebra a liberdade e democracia. Trata-se de uma composição de sentimento forte e singular que se pretende participada e participativa, com recurso a materiais nobres e perenes como o granito, o mármore e o bronze. Além do escultor, o monumento tem também as assinaturas dos arquitectos João Rapagão e César
A obra mais conhecida do Mestre José Rodrigues é o célebre (e ainda polémico) ‘cubo’ da praça da Ribeira, no Porto.
José Rodrigues foi um dos fundadores da Cooperativa Cultural Árvore, no Porto, e um dos ideólogos da Bienal de Vila Nova de Cerveira.
O artista plástico, que nasceu em Luanda em 1936, fez os seus estudos Escola Superior de Belas-Artes do Porto, formando-se em escultura.
Começou a expor individualmente em 1964, quer em Portugal quer no estrangeiros, e assinou as ilustrações para livros de escritores e poetas como Eugénio de Andrade, Jorge de Sena, Vasco Graça Moura e Albano Martins.
No Porto, José Rodrigues adquiriu e recuperou a antiga Fábrica Social, espaço que usava como ateliê e onde instalou a fundação com o seu nome, dotada de salas de exposição e um auditório.
Fernando Gualtieri (CP 1220)
Foto: Nelson Garrido