Num tempo em que os problemas sociais são cada vez mais complexos e variados, a Igreja “corre o risco de continuar dentro das mesmas iniciativas e das mesmas respostas”, afirma D. Jorge Ortiga.
“Precisamos de nos encontrar com outros problemas que são também muito actuais e não os podemos ignorar”, disse, o Arcebispo de Braga em declarações à Renascença, à margem do XXX Encontro Nacional da Pastoral Social, que decorreu em Fátima. “É urgente fazer com que os movimentos que temos sejam mais abrangentes”, adianta, defendendo uma Igreja “mais criativa”.
O também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana considera mesmo que os membros da Igreja têm que ser mais “incómodos” nas suas posições.
“A Igreja tem um papel social imprescindível, mas não o pode desempenhar sozinha”, diz. “Hoje pode ser necessário voltarmos a falar em nome desses que não têm voz”.
Opções pastorais na ecologia
Jorge Ortiga encerrou o encontro da pastoral Social lembrando que “o ano da Misericórdia deve ser considerado como alerta para um estilo novo de agir nas comunidades”.
A ecologia esteve em destaque nas conferências do encontro, que partiu da encíclica ecológica do Papa Francisco, ‘Laudato Si’ (Louvado sejas), reflectindo também sobre os desafios da Igreja no Ano da Misericórdia.
“É necessário que [a ecologia] passe para as opções pastorais. Deve passar para a catequese, para as reuniões, para as pregações”, defende D. Jorge Ortiga, citado pela Renascença. “Este cuidar da casa comum, da Natureza, é imprescindível, reveste-se de uma actualidade grande”.
FG (CP 1200) com Renascença