O vereadores do PS acabam de anunciar um pacote de medidas a adoptar pela Câmara Municipal para minorar os efeitos dos incêndios florestais. A estabilização dos solos, a reflorestação, a instalação de bocas-de-incêndio, a aposta numa rede viária florestal bem enquadrada no território, os apoios a proprietários, entre outras, deverão verter – de acordo com a equipa de vereação PS – num futuro Regulamento Municipal dedicado à matéria em apreço.
É uma espécie de ‘virar de página’, depois das horas agitadas do burgo político vilaverdense naquela que fica conhecida como ‘segunda-feira efervescente’. A mensagem parece clara: os socialistas querem “menos calúnia e mais trabalho”.
“Deve, quanto antes, o Município de Vila Verde proceder à análise exaustiva das áreas ardidas e em articulação com o ICNF e outras entidades delinear um conjunto de acções que visem a estabilização dos solos, evitando catástrofes maiores com a época das chuvas”.
A vereação do PS propõe esta e outras medidas “para evitar catástrofes maiores com a época das chuvas”. Em nota enviada à nossa redacção, a equipa liderada por José Morais acrescenta que “tão importante quanto as medidas de estabilização que visam evitar a degradação do solo e água, recomenda-se a criação de um Regulamento Municipal para apoiar proprietários na reflorestação das áreas ardidas”.
Na óptica da equipa de vereação socialista, “os efeitos dos grandes incêndios no Concelho de Vila Verde, ocorridos neste verão de 2016 e que terão consumido cerca de 1200 hectares de floresta, justificam o delineamento de medidas de estabilização de emergência e reflorestação que têm como objectivo evitar a degradação dos recursos naturais (solo e água), a perda de biodiversidade e a recuperação de infraestruturas florestais (rede viária florestal e rede divisional)”.
Assinala mesmo que “existe uma janela de oportunidade muito curta para a execução de medidas de estabilização de emergência, uma vez que frequentemente são as chuvas de outono que possuem maior potencial erosivo. Neste sentido, as principais áreas de intervenção centram-se nas situações onde os impactos são mais significativos, nomeadamente: na proteção e recuperação de linhas de água e na proteção de encostas e áreas suscetíveis a forte erosão”.
Na sua proposta, os vereadores do PS entendem que “devem ser apoiados os proprietários que pretendam no imediato reflorestar as áreas ardidas, recorrendo à plantação de árvores autóctones. E deve-se assumir este compromisso com recurso ao Orçamento Municipal, independentemente dos apoios governamentais diretos ou dos fundos comunitários. Será um sinal claro que esta Câmara se preocupa com o território e não fica à espera que outros resolvam os seus problemas”.
BOCAS-DE-INCÊNDIO / REDE VIÁRIA FLORESTAL
Na comunicação enviada à nossa redacção, os vereadores do PS vincam, que “não menos importante é a avaliação dos pontos de água e ‘bocas-de-incêndio’. A água ainda continua a ser o principal meio de extinção do fogo no combate aos incêndios, sendo vital o seu aprovisionamento estratégico. A disponibilidade aconselhada e que deve ser assegurada é de pelo menos 600m3 de água para 1000ha de floresta, devendo os pontos de água estarem em locais de fácil acesso”.
A medida socialista aponta detalhes: “em termos de prevenção de incêndios, relativamente aos pontos de água, será necessário verificar se existem em número suficiente, se estão equilibradamente distribuídos, se são acessíveis (têm fácil acesso terrestre, e/ou aéreo, e/ou misto), se têm água (a verificar antes da época de incêndios – foram várias as queixas de que as bocas de incêndio não tinham água) e se são impermeáveis (permitem conservar a água)”.
Acrescenta que “deve ainda ter especial atenção ao estado de conservação da rede viária florestal e rede divisional. No terreno, percebeu-se que também aqui havia muito por fazer”.
E finaliza: “Só através de políticas municipais, governamentais e europeias se poderá fazer a adequada prevenção. Se cada um fizer o que lhe compete, certamente a catástrofe deste ano não se voltará a repetir”.
Carlos Machado Silva (CP 3022