A Câmara de Amares aprovou esta segunda-feira a proposta do Movimento Independente Amares Primeiro (MIAP) para enviar para o Ministério Público o processo de requalificação do Campo das Cachadinhas, em Caldelas.
Pela voz da vereadora Sara Leite, o MIAP reiterou que “há questões que não ficaram esclarecidas”, nomeadamente devido à “disparidade de valores”, uma vez que “a obra estava orçada em 325 mil euros e custou quase 600 mil”. A proposta foi aprovada com os votos favoráveis dos vereadores do Movimento Independente e do socialista Jorge Tinoco. O restante executivo absteve-se.
O presidente da Câmara, Manuel Moreira, justificou a abstenção com o facto de “não ter nada a esconder”, apesar de entender “não existirem motivos” para a intervenção dos serviços do Ministério Público. “O projecto do Campo das Cachadinhas é transparente e foi feito com muito rigor, esforço e empenho de muita gente”, frisou.
Moreira reforçou a ideia de que a requalificação do complexo desportivo utilizado pelo GD Caldelas “foi feita em duas fases”. Aos 325 mil euros iniciais, comparticipados em 85% por fundos comunitários, acresceram, segundo o autarca, outras obras que não estavam contempladas inicialmente e que fizeram o custo total chegar aos 589 mil euros.
A primeira fase contemplou essencialmente a colocação de um relvado sintético e a construção de novos balneários. Foi comparticipada por verbas comunitárias e o resto suportado pela Câmara, depois de numa primeira fase ter sido veiculado que seria o Grupo Jerónimo Martins, proprietário do Pingo Doce, a assumir esse pagamento, algo que não se confirmou.
Acresceram ainda a vedação do recinto, a construção de muros, a instalação de um depósito de água, a colocação e electrificação das torres de iluminação e ainda um reforço da drenagem, obras totalmente custeadas pela autarquia.
O vereador do PS, Jorge Tinoco, mostrou-se a favor do envio do processo para o Ministério Público e garantiu que aquando da requalificação do campo de jogos, apesar de ser o vereador responsável pela tutela do Desporto, lhe foi “sonegada” informação, nomeadamente relativa a um parecer jurídico que o executivo pediu ao jurista da Câmara.
Ricardo Reis Costa (TP 2298)