Israel anunciou esta sexta-feira a suspensão da cooperação com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), na sequência da aprovação de uma resolução que nega o laço histórico milenar entre judeus e Jerusalém.
Numa carta dirigida à directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, e publicada na rede social Twitter, o ministro da Educação israelita, Naftali Bennett, acusa a organização de dar “um apoio imediato ao terrorismo islâmico”.
Bennett anuncia a suspensão pela comissão israelita da UNESCO de “todas as actividades profissionais com a organização internacional”.
A resolução proposta por países árabes, incluindo o Egipto, Líbano e Argélia, foi adoptada por um comité e é submetida na próxima terça-feira ao conselho executivo da UNESCO, com sede em Paris.
A proposta refere-se à “Palestina ocupada” e pretende “salvaguardar a herança cultural palestiniana e o carácter distintivo de Jerusalém Oriental”, de acordo com o texto, descrito pela agência de notícias France Presse (AFP). Foi aprovada com 24 votos favoráveis, seis contra e 26 abstenções, além de duas ausências. O texto refere-se a Israel como um “poder ocupante”.
O estatuto de Jerusalém é o tema mais difícil no conflito israelo-palestiniano, desde a anexação de Jerusalém Oriental, por Israel, numa acção que não foi reconhecida pela comunidade internacional. Os palestinianos veem esta zona como a capital do seu futuro Estado.
O voto surge seis meses depois de a organização ter adoptado uma resolução sobre a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, que não mencionava o nome judeu do local, Monte do Templo.
“Dizer que Israel não tem ligação ao Monte do Templo e ao Muro das Lamentações é como dizer que a China não tem ligação à Muralha da China ou que o Egipto não tem ligação às pirâmides”, afirmou na quinta-feira o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Uma fonte diplomática palestiniana referiu que as novas resoluções referem a “importância da Cidade Antiga de Jerusalém para as três religiões monoteístas”.
O Monte do Templo é um lugar sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos.
Fonte: DD