A primeira iniciativa do programa‘Da Fonte Correm as Histórias’ de divulgação da Fonte do Ídolo arranca esta terça-feira, pelas 10 horas, com ‘estórias’ cantadas e musicadas por António Castanheira.
O programa, que decorre até Dezembro, consiste em três sessões mensais, sempre com ‘estórias’ musicadas por Castanheira, e privilegia os alunos do 1.º, 2.º e 3.º ciclo do ensino básico, (com duração de uma hora e meia).
Para as próximas quarta e quinta-feira estão previstas outras sessões idênticas que se repetem a 8, 17 e 24 de Novembro e a 7, 13 e 20 de Dezembro.
Atelier ‘hojÀfonte’ inicia-se em Novembro
‘hojÀfonte’ é o título de outra actividade programada par o mês de Novembro na Fonte do Ídolo. Trata-se de um conjunto de visitas guiadas combinadas com ateliês pedagógicos que incluem a técnica de modelagem da porcelana fria para a construção de elementos que caracterizem aquele Monumento Nacional.
À semelhança da iniciativa anterior, a ‘hojÀfonte’ é também uma actividade mais direccionada para o público infanto-juvenil. As sessões têm a duração de duas horas, sendo que os ateliês se realizam às segundas-feiras. Esta iniciativa desenvolve-se até Janeiro do próximo ano.
Em ambas as actividades a participação é sujeita a marcação prévia junto da Câmara Municipal de Braga/Serviço de Arqueologia, através do número 253 218 011 ou pelo e-mail fonte.idolo@cm-braga.pt.
Fonte do Ídolo
Localizada no centro de Braga (rua do Raio), é um santuário rupestre que exibe uma frente vertical talhada num afloramento granítico, na qual foram esculpidos relevos figurativos e inscrições, funcionando com fontanário. Tudo indica que teve origem pré-romana, tendo sido consagrada à deusa Nabia, como divindade principal e a Tongus Nabiagus, seu parceiro, por um imigrante, originário da cidade de Arcobriga, chamado Celicus Fronto.
Descoberta entre finais do século XVII e as primeiras décadas do século XVIII, a Fonte do Ídolo foi dada a conhecer em 1728, tendo servido durante mais de um século como parede de um tanque integrado nos jardins de uma casa. Estudada e publicada em 1905 por José Leite de Vasconcelos, a fonte viria a ser classificada como Monumento Nacional, em 1910, tendo sido objecto dos primeiros trabalhos de valorização em 1937, realizados pela Direcção Geral dos Monumentos Nacionais. Em 2002 o monumento foi objecto de uma profunda intervenção tendo sido encerrado num edifício que passou para a posse da Câmara Municipal de Braga, em 2006.
A fachada da Fonte do Ídolo exibe uma figura togada em relevo e uma edícula, com um busto no seu interior. A figura togada está saliente em relação ao plano vertical da fonte, facto que implicou o desbaste do granito para lhe conferir o adequado volume. Por sua vez, na parte nascente da fonte foi esculpida uma edícula, rebaixada cerca de 12 cm em relação à superfície, facto que confere a ilusão de profundidade ao busto esculpido no seu interior. Este está ligeiramente descentrado, aparentando retratar um personagem jovem, vestido com uma túnica de gola larga, em forma de V. No interior do tímpano foram esculpidos dois elementos que se presumem corresponder a uma pomba e a um martelo ou maço.
A Fonte do Ídolo possui ainda várias inscrições gravadas na sua fachada que suscitaram várias leituras e interpretações por parte dos investigadores.
Uma delas, à esquerda da cabeça da figura togada, identifica claramente o nome do dedicante, Celicus Fronto, originário de Arcobriga, pertencente à gens dos ambimogidus, informação corroborada por outra inscrição situada no interior da edícula. Logo por baixo do busto esculpido na edícula existe outra inscrição que refere o cognomen Fronto, enquanto que na parte exterior esquerda se identifica o nome da divindade Tongoe Nabiagoi. Finalmente, sobre o tímpano, contornando encontra-se gravada uma outra inscrição, incompleta, na qual se parece ler a palavra omastore
FG (CP 1200)