“O Minho percebeu que não se pode fechar ao mundo e a tudo o que se vai passando à sua volta. Essa percepção é determinante para o nosso futuro”, afirmou, esta sexta-feira, Ricardo Rio na conferência ‘O Futuro do Minho’, que decorreu no Museu dos Biscainhos, em Braga.
“Hoje [Braga], a capital do Minho, está a 40 minutos de Vila Real, a uma hora de Vigo, ou a 30 minutos do aeroporto do Porto e isso faz com que tenhamos um geoposicionamento estratégico e privilegiado para nos relacionarmos com todos os territórios à nossa volta e este é um dado que não pode ser descurado”, afirmou o presidente da Câmara de Braga, apontando a “abertura ao mundo e a integração noutros espaços de colaboração” é “fundamental para potenciar todo o desenvolvimento futuro”.
Rio, também presidente do Eixo Atlântico, defendeu que a região minhota “é o motor do desenvolvimento do país e uma referência não apenas nacional, mas também internacional”.
No encontro que contou com as presenças dos presidentes de câmara de Viana do Castelo, Vila Nova de Famalicão, Guimarães e Barcelos e do secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoan Vázquez Mao, além de vários empresários o autarca bracarense, sublinhou que o Minho “é o principal exemplo de transformação na resposta aos principais desafios que Portugal tem vindo a enfrentar” e que “tem de se assumir cada vez mais como um pólo central na estratégia de desenvolvimento” da euro-Região do Norte de Portugal e Galiza.
Predisposição política e concertação
Ricardo Rio, assegurou que o Minho “conta com a predisposição política dos responsáveis municipais para trabalharem em conjunto numa diversidade de projectos que têm ajudado a acelerar o processo de transformação de toda a região”.
“Além da capacidade empreendedora de várias empresas e cidadãos, com características únicas a nível nacional, e que têm atraído alguns investimentos que marcam a diferença no posicionamento do território”, existem outros pontos essenciais que contribuem para que a região “tenha um conjunto de factores competitivos e diferenciadores que merecem ser acautelados no futuro”, afirmou.
Uma delas prende-se com “a concertação estratégica, fruto de uma intensa relação entre todos os agentes locais, e que merece a criação – mesmo que informal -, de uma plataforma de colaboração regular”.
O segundo factor apontado por Rio prende-se com a “reivindicação de infra-estruturas”. “Todos os projectos que marcam a capacidade do potencial transformador do desenvolvimento do território, têm vindo a ser defendidos e reivindicados de forma unânime” entre os diferentes agentes.
“Saber se há ou não ligações aéreas para o aeroporto do Porto, se há ‘SCUTs’ nas nossas auto-estradas, se estão a ser feitos os investimentos desejados na ferrovia, na ligação ao porto de Viana, ou nas acessibilidades ao Parque das Taipas, são questões que dizem respeito a todos e não apenas ao autarca de determinado concelho”, salientou.
Turismo
Para o presidente do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, o turismo é um sector que merece “especial atenção” por parte de todos os agentes, uma vez que “nem sempre os organismos nacionais e regionais têm olhado de forma criteriosa para o potencial turístico da região do Minho”.
Para Ricardo Rio, sem prejuízo da complementaridade que tem de existir entre os diferentes territórios, “é necessário perceber a oferta absolutamente heterogénea” que o Minho possui.
“Desde turismo religioso, de praia, rural, de montanha ou patrimonial e histórico, o Minho tem, num curto espaço do território, marcas fundamentais para que no futuro possamos atrair cada vez mais visitantes e reforçar o potencial económico deste sector turístico.
FG (CP 1200)