A Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda considera a construção do Tanatório no cemitério de Monte de Arcos, em Braga, “um projecto que revela apenas ser um negócio com a morte”.
José Lima, da coordenadora concelhia do Bloco de Esquerda (BE), refere que o local escolhido para a sua construção – e cujo projecto inclui espaços comerciais como uma cafetaria e uma loja florista, para além das salas e espaço para crematório – revela “uma pressa que não está a ser boa conselheira”, isto porque, “o terreno previsto para a sua construção corresponde à única área disponível para a colocação dos restos mortais.
“Trata-se de uma área bastante pequena, em terrenos dentro do próprio cemitério e a paredes meias com habitações, no caso do Bairro das Enguardas”, esclarece o bloquista. Esta questão levanta ainda “sérias dúvidas ambientais a propósito dos gases libertados pela cremação, em particular, junto a aglomerados habitacionais como é o caso”.
O BE defende a auscultação pública do projecto para construção do Tanatório de pelos munícipes, assim como a publicação de todos os contornos que envolvem o orçamento previsto, cerca de 1 milhão de euros, e a divulgação da empresa a quem já foi concessionada – por 30 anos – a sua gestão, antes ainda da sua construção. “Custa o dobro dos restantes projectos do género existentes no país”, refere José Lima.
Perante a actual sobrelotação do cemitério de Monte dos Arcos, o O BE defende a construção de um cemitério de raiz na cidade, uma vez que “a falta de espaço também é um problema evidente nos cemitérios das freguesias em torno da cidade”, explica José Lima.
Deste modo, “a construção de um Tanatório jamais irá resolver a falta de espaço, apenas agravar o problema, trata-se de um investimento que revela pressa numa visão meramente comercial do tratamento dos mortos”, acrescenta o bloquista.