O eurodeputado José Manuel Fernandes apelou este sábado a uma urgente concertação de esforços para que seja “definida uma estratégia a nível nacional para a floresta, capaz de assegurar uma coordenação eficaz de todas as entidades e agentes ligados ao sector, a par da rentabilização inteligente das suas actividades”.
“É preciso definir uma estratégia clara e aglutinadora, que respeite e valorize a diversidade regional, promovendo a rentabilização inteligente da floresta, em detrimento de intervenções sistemáticas por reacção”, afirmou o eurodeputado intervindo num debate sobre ‘Visão e Estratégia – Política Florestal’, no âmbito da IX Feira do Mel do Alto Minho que decorreu durante o fim-de-semana em Vila Nova de Cerveira.
No evento organizado pela Associação Apícola de Entre Minho e Lima (APIMIL) e pela Câmara de Cerveira, José Manuel Fernandes defendeu que é ao Estado que compete assumir uma função coordenadora, valorizando “as capacidades de trabalho no terreno e as mais-valias de cada território”.
“Sem um plano integrado de intervenção estruturada sobre o setor, vamos continuar a desperdiçar um recurso excepcional que temos no país, e em especial no Minho”, assumiu o eurodeputado, indo de encontro às pretensões manifestadas pelos presidentes de Câmara de Cerveira e Viana do Castelo, Fernando Nogueira e José Maria Costa.
O eurodeputado social-democrata lembrou que Portugal e a Grécia são os únicos países da União Europeia ainda sem cadastro florestal, o que dificulta uma intervenção estruturada e eficaz no sector, onde – “tal como acontece já noutras áreas” – os municípios cumprem um papel fundamental na prevenção e nos meios de combates a incêndios.
Para evitar que se continue sistematicamente a lamentar prejuízos, fogos e pragas infestantes, o eurodeputado reclamou uma estratégia de intervenção que permita rentabilizar as florestas, incluindo pela valorização das diversas actividades que lhe estão associadas, como a apicultura, actividades de desporto, turismo e ambiente.
Defendeu ainda a recuperação dos projectos de instalação de centrais de biomassa na região, ainda que adaptadas para em termos de dimensão e com escala suficiente para garantir a sua rentabilidade.
Neste âmbito, José Manuel Fernandes assegurou que “não faltam” investimentos e instrumentos de financiamento europeu, nomeadamente através do ‘Plano Juncker’, mas salvaguardando que terão de ser projectos que garantam sustentabilidade ambiental, sejam rentáveis e inclusivos, promovendo o emprego. Deixou ainda um desafio para o aproveitamento das universidades para introduzir conhecimento, inovação e mais valor na utilização da floresta e na resolução dos problemas.