O executivo municipal de Amares aprovou, esta segunda-feira, com os votos contra da oposição, a proposta do ‘vice’ Isidro Araújo para o “encerramento temporário” do parque de estacionamento subterrâneo da Praça do Comércio, em Ferreiros, “até à realização de obras de reabilitação que garantam as condições de segurança necessárias”.
O assunto voltou a gerar muita polémica, com diversas trocas de argumentos entre o executivo em permanência e os vereadores da oposição, que reiteraram que o parque deve apenas ser encerrado por um período curto de tempo, com uma intervenção célere que permita resolver os problemas mais urgentes e não até que seja realizada uma intervenção de fundo.
“Isto é um ‘fait-divers’” que ultrapassa todos os limites do bom senso. Não faz sentido voltarmos a discutir este tema. A minha posição é sempre a mesma: se o parque não tem condições de segurança, feche-se até resolver o problema, talvez no espaço de um ou dois meses, para depois voltar a abrir”, referiu Sandro Peixoto.
Para o vereador do Movimento Independente Amares Primeiro, fechar o parque “à espera de uma candidatura”, no âmbito do Plano de Acção de Regeneração Urbana (PARU), “é um erro estratégico”, que representará uma “machadada” no comércio amarense.
“O senhor presidente não quer assumir essa decisão e está a empurrar o ónus da questão para os outros”, acusou.
O socialista Jorge Tinoco disse esperar que o encerramento do parque não tenha associada “qualquer estratégia para fazer ali um armazém”. “Se não pode ter carros, também não pode ser usado para mais nenhum fim”, referiu.
Segundo o autarca Manuel Moreira, a Câmara vai intervir no parque de estacionamento e tem em fase de projecto uma candidatura, no PARU, para a requalificação da Praça do Comércio, que incluirá também uma intervenção no parque de estacionamento subterrâneo. Segundo o presidente da Câmara, a candidatura é de dois milhões de euros.
CÂMARA PEDIU VISTORIA
Depois de interpelado por Jorge Tinoco, Moreira confirmou que a inspecção dos técnicos do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Braga ao parque de estacionamento, no dia 1 de Julho, foi feita a pedido dos serviços municipais.
Nessa vistoria, os técnicos do CDOS de Braga verificaram “ter sido dado cumprimento ao projecto de segurança contra incêndios aprovado”, no entanto não conseguiram testar o funcionamento dos equipamentos de segurança previstos no projecto “uma vez que estes estavam inoperacionais, os caminhos de fuga estavam trancados e os meios de primeira intervenção vandalizados”.
Concluíram, por isso, que aquelas instalações “não reúnem as condições de segurança contra o risco de incêndios para o fim a que se destinam”, o que levou o executivo liderado por Manuel Moreira a propor o seu encerramento.
Ricardo Reis Costa (TP 2298)