Pedro Soares coloca como maior desafio para COP 22 (Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas) “não deixar que o Acordo de Paris se fique por uma simples declaração retórica, de muito pouco efeito prático, o que se tornaria dramático a nível global”.
O deputado do Bloco de Esquerda (BE), presidente da Comissão de Ambiente na Assembleia da República, é um dos parlamentares portugueses presentes na conferência que arrancou esta terça-feira, em Marraquexe, em Marrocos.
A meta de 1,5° C, como limite para o aumento da temperatura climática, trouxe uma expectativa histórica sobre a possibilidade de uma acção concertada entre os países de todo o mundo para baixar a emissão de gases com efeito de estufa e, assim, combater os efeitos devastadores das alterações climáticas.
Contudo, o deputado bloquista Pedro Soares, eleito pelo distrito de Braga, avisa que “sem compromissos claros entre os Estados sobre transparência e monitorização das metas de descarbonização das respectivas economias, medidas sancionatórias para quem não cumpra, financiamento do Fundo Verde para o Clima e definição de regras para a aplicação do Acordo de Paris, correr-se-á o elevado risco de Marraquexe poder acrescentar muito pouco ao combate contra as alterações climáticas”.
“Não foram definidas formas de monitorização das metas a que cada país se comprometeu, nem mecanismos sancionatórios para quem não as cumpra. Também não está garantido o financiamento do Fundo Verde para o Clima que precisa até 2020 de cem mil milhões de euros, para que possam ser adoptadas medidas de adaptação dos países mais vulneráveis às alterações climáticas”, adverte o deputado do BE.
A COP22 tem na agenda a tarefa de conseguir chegar a um acordo para a concretização das metas definidas em 2015 através do Acordo Climático de Paris. O segmento de alto nível da COP 22, em Marraquexe,
O Governo português está presente através do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, além de António Costa, que intervém na sessão plenária da COP 22, na abertura do segmento de alto nível, que consiste nas negociações políticas entre os 192 Estados participantes, após uma semana de reuniões técnicas preparatórias das regras para a aplicação do Acordo de Paris.
FG (CP 1200)