Os suspeitos da operação da PJ ‘Trapos Soltos’, entre os quais os dois irmãos advogados Salgado, Fernando e Ernesto, de Famalicão, pernoitaram esta segunda-feira nas prisões privativas do Posto da GNR de Prado, como apurou O Vilaverdense.
O facto do Posto Territorial da GNR de Prado dispor das melhores prisões a nível distrital levou a Polícia Judiciária de Braga a requisitar a zona prisional.
Fernando Costa Salgado e Ernesto Salgado fazem parte de um grupo de oito suspeitos, que terão lesado o Estado em cerca de 15 milhões de euros através de alegadas fraudes ao Fisco e à Segurança Social, segundo revelou também a Polícia Judiciária de Braga, a propósito da sua operação, a ‘Trapos Soltos’.
A única mulher detida, uma técnica oficial de contas, Ana Maria Barroso, foi apenas quem pernoitou nas prisões privativas da Polícia Judiciária de Braga.
FRAUDE FISCAL E BURLA TRIBUTÁRIA
A Polícia Judiciária, através do seu Departamento de Investigação Criminal de Braga, no âmbito de inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP de Braga, realizou uma operação com vista ao desmantelamento de uma alegada associação criminosa onde se indicia a prática de crimes de fraude fiscal qualificada, burla tributária contra a Segurança Social, burla qualificada, insolvência dolosa, corrupção e branqueamento de capitais.
Foram realizadas cerca de uma centena de buscas domiciliárias e não domiciliárias e cumpridos oito mandados de detenção em várias regiões do continente e ilhas, envolvendo elementos da Polícia Judiciária, das Directorias do Norte e do Centro e ainda dos departamentos do Funchal, Leiria e Vila Real e da Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA), Direcção Distrital de Finanças de Braga e Direcção Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários (DGITA).
15 MILHÕES DE EUROS
A investigação foi desenvolvida pela Polícia Judiciária, com intervenção do Gabinete de Recuperação de Activos na Directoria do Norte, em equipa mista com a Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA) e a Direcção Distrital de Finanças de Braga. Foram também apreendidos dois BMW e um Mercedes.
Até ao momento foram já apurados prejuízos para o Estado, em sede de IVA, IRC e contribuições para a Segurança Social em mais de 15 milhões de euros.
Os detidos, sete homens e uma mulher, dois advogados, três técnicos oficiais de contas, dois empresários e um empregado de escritório, vão ser presentes hoje às autoridades judiciárias, no Tribunal de Braga, para a aplicação de medidas de coacção, tendo também sido já constituídos como arguidos cerca de 20 pessoas, singulares e colectivas, entre os quais um inspector tributário.
JG (CP 2015)