Pedro Costa, doutorado em Engenharia Biomédica pela Universidade do Minho (UMinho), foi recentemente galardoado em Winston-Salem, nos Estados Unidos, pelo seu trabalho na biofabricação de órgãos e tecidos humanos. O ‘Prémio de Jovem Cientista’ foi atribuído pela Sociedade Internacional para a Biofabricação, numa conferência anual que juntou cerca de 400 especialistas de todo o mundo.
O prémio internacional visa destacar o trabalho desenvolvido por jovens cientistas nesta área. “Este galardão deixou-me extremamente orgulhoso e ainda mais entusiasmado para continuar a apostar em novas ideias e a trabalhar intensivamente. Nos últimos anos tive a sorte de conhecer profissionais extraordinários que generosamente se dispuseram a ajudar-me, como no Grupo 3B’s da UMinho, berço da minha carreira científica”, afirma o vizelense de 34 anos, agora investigador da Universidade de Utrecht, na Holanda.
Pedro Costa tem vindo a trabalhar principalmente no desenvolvimento de modelos de tecidos humanos, também chamados ‘tecidos-em-chips’ ou ‘órgãos-em-chips’.
Trata-se da reprodução ‘simplificada’ de tecidos e órgãos como o fígado, o rim, o osso, a cartilagem, entre outros. Os modelos, incorporados em pequenos dispositivos (chips), poderão vir a ser usados na descoberta de fármacos, substituindo os estudos efectuados em animais.
“Podem ser expostos a grandes variedades de moléculas, com o objectivo de identificar os tratamentos mais eficazes no combate a variadas doenças que afectam drasticamente a qualidade de vida de milhões de pessoas no mundo, tais como doenças do foro cardiovascular, musculosquelético ou cancro”, realça.
Pedro Costa é licenciado em Biologia Aplicada e doutorado em Engenharia Biomédica pela UMinho e pós-doutorado pela Universidade Técnica de Munique, na Alemanha. Esteve oito anos no Grupo 3B’s, desenvolvendo métodos e tecnologias agora patenteados. Coordena um mestrado em Biofabricação e uma unidade de investigação desta área na Universidade de Utrecht.
É vice-presidente do comité para a comercialização, regulação e empreendedorismo na Sociedade Internacional de Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa (TERMIS) e representa os jovens cientistas da Holanda na Sociedade Europeia de Biomateriais (ESB).
Venceu o ‘Prémio de Investigação Translacional’ e ‘Prémio Europeu de Doutoramento’, ambos pela ESB, entre diversas distinções. Já submeteu seis pedidos de patentes, soma dezenas de publicações científicas, comunicações e capítulos de livros, teve projetos aprovados é orador convidado em conferências internacionais e tem colaborado com instituições e empresas de renome, como o Institute of Health and Biomedical Innovation (Austrália), a Universidade de Stanford (EUA) e a Materialize NV (Bélgica).