A Reitoria da Universidade do Minho inaugurou esta terça-feira, em Braga, as exposições “40 anos do Poder Local” e “Revistas Municipais de Cultura” . A iniciativa evoca as primeiras eleições autárquicas em Portugal há exatamente 40 anos, recorrendo à imprensa e a documentos da época, e faz pela primeira vez uma retrospetiva das revistas municipais no período da democracia.
A organização cabe ao Conselho Cultural da UMinho e à Biblioteca Pública de Braga. As mostras inserem-se na 25ª edição do Prémio Victor de Sá de História Contemporânea, que será entregue às 16h15 a Márcio Barbosa, pela sua tese doutoral “Novo Estado Marcelista”. O programa inclui ainda durante o dia, na Reitoria, o colóquio “O Poder Local sob as linhas do tempo”, com palestras de Fernando Catroga, Paulo Trigo Pereira, David Justino e Justino Magalhães.
As duas exposições têm um forte cunho visual e gráfico, num total de cerca de 150 publicações em 20 painéis e escaparates. Em “40 Anos do Poder Local” vê-se o país a confirmar uma “conquista de Abril”, consagrada na Constituição de 1976, como o quotidiano da campanha nos jornais, os programas partidários, o dia das eleições e os respetivos resultados. Dá-se ênfase ao distrito de Braga, permitindo conhecer boletins de voto, listas candidatas, manuscritos ou editais, graças ao apoio da Câmara Municipal e do arquivo do extinto Governo Civil. Este foi o primeiro “sufrágio direto, universal e secreto” para as autarquias e um dos mais participados de sempre em Portugal.
Já em “Revistas Municipais de Cultura”, como o nome indica, apreciam-se as publicações periódicas de mais de um terço dos 305 municípios. Desde 1978 nasceram mais de 100 títulos, que se juntaram a 13 que se mantiveram ativos. Por vezes, estes foram lançados através de arquivos, bibliotecas e museus das autarquias. Hoje perduram 35 títulos com edição regular, sendo os mais antigos “Arquivo Coimbrão” (1923), “Bracara Augusta” (1950) e “Póvoa do Varzim” (1958). Os temas abordados incidem em estudos locais, património, história, arqueologia, etnologia, literatura e biografias, revelando a vontade de cada concelho definir a sua identidade, dar-se a conhecer e estimular a investigação. As duas exposições na Reitoria têm entrada livre e ficam patentes até 15 de janeiro.
Luís Moreira (CP 8078)