O Inspector-Chefe da Brigada da Polícia Judiciária que investigou a alegada corrupção para tirar cartas de condução, no Centro de Exames de Vila Verde, explicou um esquema fraudulento que “facilitava sempre” a quem pagasse.
Segundo o graduado da PJ de Braga, Henrique Correia, as investigações não se resumiram nunca a escutas telefónicas aos principais suspeitos, mas ainda a vigilâncias com fotos, no Centro de Exames de Vila Verde da ANIECA (Associação Nacional dos Industriais de Ensino de Condução Automóvel) e numa escola de condução na Vila de Prado, propriedade de Joaquim Ferreira.
Nas suas afirmações, ao longo desta tarde, no Palácio da Justiça de Braga, o Inspector-Chefe Henrique Correia afirmou, várias vezes, que terá havido um caso de fuga de informação aos arguidos quando o processo se encontrava no Tribunal de Vila Verde, “quando os suspeitos deixaram de falar mais à vontade ao telefone e passando desde então a marcar encontros individuais”.
Um dos casos acompanhados em tempo real pela PJ de Braga foi o de Fábio Coentrão, que se deslocou de Vila do Conde até à Vila de Prado, onde foi de imediato levado para o Centro de Exames de Vila Verde da ANIECA, onde terá beneficiado de ‘ajudas’ para responder aos exames teóricos, pagando o total de quatro mil euros de ‘luvas’.
Fábio Coentrão, ao confessar todos esses factos, ficou com a suspensão do processo, através do pagamento de três mil euros, ao Banco Alimentar Contra a Fome, assim como outros dos arguidos.
Arguidos de Vila Verde
Estão a ser julgados alguns arguidos de Vila Verde, entre os quais um militar da GNR e o treinador Nelito, antigo futebolista do Sporting de Braga, que não tendo pago nem recebido nada, terão pedido ‘favores’ para candidatos seus amigos alegadamente obter ‘facilidades’ em exames das cartas de condução.
O treinador Nelito, também dono da Serralharia Nelito, em Vila Verde, teria ‘recomendado’ que duas suas vizinhas, não podendo pagar ‘luvas’, fossem aprovadas, abordando o dono da Escola de Condução Belavista, Joaquim Magalhães Barroso, para intermediar no sentido de este falar com Joaquim Moreira de Oliveira e sendo este o principal arguido naquele megaprocesso.
Joaquim Gomes (CP 2015)