A renovação da frota é um dos desafios dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) que Ricardo Rio considera que a empresa e a autarquia não podem fazer sozinhos. O presidente da Câmara defende que o serviço público de transportes merece outro tipo de apoios por parte do Estado Central, “mas infelizmente os investimentos continuam a ser concentrados nas duas grandes áreas metropolitanas, em Lisboa e no Porto”.
Rio, que falava esta quarta-feira na sessão de apresentação dos resultados da transportadora municipal, defende “a necessidade de se criarem estímulos mais sustentados para a renovação das viaturas”.
O autarca lamentou ainda o facto de os utentes pagarem duas vezes pelos transportes, “os seus através do Orçamento Municipal, e os dos outros, através do Orçamento de Estado e dos impostos”.
“Pagar para os outros faz sentido quando temos um nível de desenvolvimento superior ao dos outros e quando é necessário promover a coesão. Ora, aquilo que se promove é precisamente o contrário, é valorizar os territórios mais ricos, os que têm mais recursos, em detrimento daqueles que necessitariam de maiores estímulos por parte do Estado Central”, salientou Rio.
TRÊS ANOS DE RESULTADOS POSITIVOS
Pelo terceiro ano consecutivo, os Transportes Urbanos de Braga (TUB) apresentaram resultados positivos, com um aumento de mais de 4% da receita e um crescimento de clientes de 3,44%, tendo mesmo ultrapassado a barreira dos onze milhões de passageiros transportados.
Sem que se tenha verificado qualquer aumento de tarifários, a empresa municipal fechou 2016 com uma receita total de 6,5 milhões de euros – resultante do aumento da venda de títulos (mais 3,4%) e do incremento do aluguer de viaturas (mais 25%) –, passando a apresentar capitais próprios positivos na ordem dos 350 mil euros.
Para, Ricardo Rio, os dados são o reflexo de uma gestão rigorosa e exemplar. “Os TUB estão a prestar um serviço público cada vez melhor, chegam a mais bracarenses, a mais locais e de forma mais consistente, quer pela diversidade, quer pela regularidade das carreiras, e com custos cada vez menores”, referiu.
Contrariando a realidade do sector a nível nacional, em Braga “não aumentámos os tarifários, eliminámos as restrições existentes ao nível dos passes de reformados, reduzimos o custo dos cartões”, frisou Ricardo Rio, notando o “extraordinário desempenho” da empresa municipal nos últimos três anos.
“Hoje os bracarenses têm nos TUB um parceiro para o seu dia-a-dia, com um serviço de proximidade e qualidade”, acrescentou.
Para o autarca é necessário continuar a optimizar a gestão, a qualificar o serviço prestado e a investir em sistemas mais inteligentes, por forma a facultar uma informação mais rigorosa aos cidadãos sobre o seu funcionamento.
A concretização do projecto de expansão do Parque de Materiais e Oficinas (PMO) é, segundo Ricardo Rio, crucial para melhorar o desempenho da empresa.
“Até ao final do mês de Março serão demolidos os edifícios do Bairro dos Falcões, contíguo às instalações dos TUB, no sentido de garantir a disponibilização do terreno para que seja possível à empresa expandir e reorganizar o seu parque de oficinas e construir a sede corporativa”, referiu, adiantando que o espaço irá também acolher a Associação MOTAP e, desta forma, libertar as salas que ocupa actualmente no Museu dos Biscainhos.