Ao contrário da DECO, Pedro Portugal Gaspar, inspector-geral da ASAE, considera que não há motivo para alarme. Esta segunda-feira, a DECO Proteste apelou aos consumidores a não comprarem hambúrgueres já picados nos talhos.
Com base num estudo, divulgado esta segunda-feira, que identificou “milhões de bactérias por grama” em carne guardada a temperaturas demasiado altas, a DECO apelo aos consumidores para que não comprem hambúrgueres já picados nos talhos.
Pedro Portugal Gaspar, inspector-geral da ASAE, adiantou à TSF que não tem “qualquer indicação nem dados suficientes para impor uma medida que eu acho que se revelaria desproporcional nesse sentido”.
O responsável da autoridade de segurança alimentar salienta que não há qualquer indicação de alarme e que não há emergência que implique medidas de interdição de consumo.
“Seria naturalmente uma situação com uma gravidade (…). Em termos de consumidores ou de pós operadores económicos, da nossa parte, não tenho qualquer indicação nem dados suficientes para impor uma medida que eu acho que se revelaria desproporcional nesse sentido”, refere à rádio.
Pedro Portugal Gaspar afirma que, no ano passado, a ASAE levou a cabo uma fiscalização a 610 estabelecimentos de carnes, o que deu uma média de dois operadores por dia. De acordo com o que explicou, houve uma percentagem de incumprimento foi de 11% na generalidade.
“Em matéria de sulfitos tivemos também um despiste na casa dos 10%. É um bocadinho nessa ordem de valores. Aliás, não tinha qualquer indicação de um alarme, senão já tínhamos actuado em termos de antecipação”, acrescenta.
Sobre o estudo em questão, o inspector refere que não o quer menosprezar e que tem interesse em analisá-lo, no âmbito do concelho científico da entidade, com o intuito de “verificar se há aqui necessidade de outro tipo de intervenção mais robusta em termos de fiscalização ou de proposta legislativa”.
Para o estudo, a DECO foi a 25 talhos de Lisboa e Porto e pediu hambúrgueres de carne de vaca que não contivesse cereais ou vegetais, para que estivesse livre de sulfitos, mas mesmo assim encontrou este tipo de conservantes de forma “escondida e ilegal” em 80 por cento das amostras, por vezes em “quantidades enormes”.