O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) entregou um pré-aviso de greve entre 6 de Fevereiro e 23 de Junho, data em que termina o ano lectivo, para os docentes de enfermagem da Universidade do Minho.
O sindicato justifica a paralisação como forma de resolver a “situação ilegal” de 30 professores da UMinho que estão a ser “usados como enfermeiros gratuitos”, prestando cuidados de saúde no hospital de Braga. António Cunha, reitor da universidade, nega acusações do sindicato.
“De forma a combater esta ilegalidade, protegendo assim os profissionais e os utentes, o SNESup declara greve por tempo indeterminado – entre os dias 6 de Fevereiro e 23 de Junho de 2017, das 08 horas às 22 horas -, abrangendo os docentes da Escola de Superior de Enfermagem da Universidade do Minho, nos dias em que seja exigido o cumprimento de sete a oito horas consecutivas de serviço numa unidade hospitalar a acompanhar estudantes do curso de licenciatura em enfermagem”, lê-se no pré-aviso de greve.
Segundo o presidente do SNESup, Gonçalo Velho, citado pelo Jornal i, “a prestação de serviço destes 30 docentes acontece enquanto dão orientação de estágio aos alunos”, cenário que “praticamente já tinha sido retirada do cenário do ensino superior há 20 anos”, lembrando que os professores “estão completamente desprotegidos porque não têm nenhum seguro de responsabilidade, nenhuma ligação ao serviço”.
Situação que, remata o sindicalista, “implica também um risco para os doentes”.
ANTÓNIO CUNHA: “UMINHO NÃO FAZ COISAS ILEGAIS”
O SNESup acrescenta que ao longo de um ano não conseguiu, quer junto da direcção da Escola de Enfermagem quer junto do reitor da universidade minhota, “tentar negociar” e “construir uma situação de bom senso”, sendo as reuniões “sucessivamente adiadas”.
“A Universidade, certamente, não faz coisas ilegais, a Universidade cumpre a legalidade e certamente que os professores da universidade fazem serviço lectivo e não serviço que não seja lectivo. Esta é a interpretação da universidade”, responde o reitor da UMinho, António Cunha, citado igualmente pelo Jornal i.
FG (CP 1200)