A direcção da Adere Minho “lamenta” as declarações públicas de António Vilela e de José Manuel Fernandes, a propósito do diferendo que opõe aquele organismo de certificação e a autarquia, considerando que utilizaram linguagem “imprópria de quem tem as responsabilidades públicas que assumiu em favor de toda a comunidade”.
A tomada de posição surge depois de o presidente da Câmara ter dito que a instituição “tenta roubar” o município.
Em comunicado, o presidente da Adere-Minho, Abílio Vilaça, reitera que a Câmara Municipal de Vila Verde não cumpriu o que ficara estabelecido aquando da cedência da escola primária de Soutelo, onde actualmente está sediada a associação, pelo que a Adere pede uma verba a rondar os 250 mil euros à autarquia, alegando que não lhe foi pago o montante acordado pelas obras feitas naquele espaço.
“Esse compromisso assinado pela CMVV e pela Adere Minho compromete o envolvimento financeiro das duas entidades em partes iguais na recuperação do referido imóvel que é património público. A Adere Minho cumpriu a sua parte, esperando que a Câmara Municipal assuma a sua”, frisa o responsável.
Segundo Abílio Vilaça, “a Adere Minho aguarda paciente e civicamente que a Justiça reponha a verdade, não deixando de em tempo oportuno analisar as afirmações efectuadas e de pugnar pela defesa do seu bom nome”.
CASO EM TRIBUNAL
O diferendo que opõe as duas partes está a ser julgado no Tribunal de Braga desde Abril de 2016. A Adere-Minho pede uma verba a rondar os 250 mil euros à Câmara de Vila Verde, alegando que não lhe foi pago o montante acordado pelas obras feitas na antiga escola primária.
A autarquia argumenta que o então presidente e actual eurodeputado, José Manuel Fernandes, se limitou a dar uma “carta de conforto” a pedido expresso da Adere-Minho para ser apresentada no gabinete de gestão dos fundos europeus, para que conseguisse um apoio financeiro de 231 mil euros do ‘NOW’.
Já esta semana, a propósito do caso Adere-Minho, o vereador socialista José Morais acusou António Vilela de “desferir ataques pessoais” e de ter atitudes que “não dignificam o cargo que ocupa”.
O edil respondeu que Morais “prestou um mau serviço ao concelho”, considerando que o vereador “prestou-se ao papel de ser testemunha de uma instituição que tenta roubar o município no qual tem responsabilidades”.