“A Comissão Política Distrital de Braga do PSD exige o fim da promiscuidade clara e visível entre o PS e o governo. Este alerta é urgente face aos factos conhecidos e à sua intensificação em ano de eleições autárquicas”.
A estrutura distrital social-democrata liderada pelo vilaverdense José Manuel Fernandes reage assim à saída de Rui Barreira de director do Centro Distrital de Braga da Segurança Social, após as conclusões de um processo disciplinar a motivar o Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social a afastá-lo.
“A CPD recorda, a título de exemplo, o recente episódio de transferências do Orçamento de Estado para 10 câmaras, das quais 9 são geridas por maiorias socialistas”, é referido no comunicado enviada, esta tarde, à imprensa.
Os social-democratas assinalam ainda que “no distrito de Braga, tem-se tornado ‘normal’ e frequente que sejam os dirigentes socialistas a convidarem os governantes a falarem na qualidade de membros do Governo da República em iniciativas do PS! Confunde-se, de forma inaceitável e violando as regras de um estado de Direito, o governo e o partido”.
E acrescenta: “tem sido ainda constante o anúncio de obras e a alegada resolução de problemas, em muitos casos com compromissos dúbios e contraditórios, com o objetivo de promoverem uma suposta intermediação de dirigentes socialistas locais, os quais, em simultâneo, são putativos candidatos às Câmaras”.
Neste contexto, a estrutura laranja diz estar “expectante quanto à nomeação do próximo director da segurança social e de outras nomeações. Não ficaríamos surpreendidos se as nomeações fossem mais uma vez em função do interesse socialista nas eleições autárquicas do corrente ano! A colonização do Estado para favorecer um partido é contra o Estado de direito, violando os mais elementares princípios constitucionais”.
Ora, neste sentido, a CPD decidiu “apelar e intervir junto do Senhor Presidente da República para que exerça a sua magistratura de influência, de forma a não permitir a violação das mais elementares regras do Estado de Direito e a impedir os abusos de instrumentalização partidária do governo da República pelo Partido Socialista”.
SAÍDA DE RUI BARREIRA E SUCESSOR(ES)
Rui Barreira foi formalmente afastado do cargo esta sexta-feira. O militante do CDS estava em funções desde 2011 e levantava-se uma contestação por um levado número de funcionários que o acusaram de “assédio, bullying profissional e perseguições”.
Acusações compiladas num documento, com 30 páginas, que havia sido entregue ao ministro Vieira da Silva. Este anunciou a abertura de um processo disciplinar. Terão sido as conclusões deste processo disciplinar a impelir o Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social a afastar Barreira.
Em Diário da República, foi já publicada a delegação das funções do responsável pela Segurança Social de Braga nos Diretores de Unidade e Chefes de Equipa. Em breve, deverá ser anunciado o novo diretor regional da instituição.
O vieirense Jorge Dantas e a vimaranense Sónia Fertuzinhos são dois dos nomes falados na linha de sucessão. O regresso de Maria do Carmo Antunes ao cargo também está em cima da mesa.
CMS (CP 3022)