Viver em condições sócio-económicas más provoca a perda de dois anos de vida, quase tanto quanto o sedentarismo, segundo um estudo divulgado esta quarta-feira pela revista médica britânica The Lancet.
Ao rever 48 estudos efectuados nos Estados Unidos, na Austrália e em vários países europeus, os investigadores descobriram que as más condições sócio-económicas – como um trabalho sub-qualificado ou um fraco nível de instrução – podem reduzir a esperança de vida média em 2,1 anos.
O tabagismo é, por sua parte, associado a uma perda de esperança de vida de 4,8 anos, o diabetes de 3,9 anos e o sedentarismo de 2,4 anos.
O estudo foi realizado no quadro do projecto Lifepath, consagrado ao envelhecimento e financiado pela Comissão Europeia. “Sabemos que a educação, o rendimento e o trabalho afectam a saúde, mas poucos estudos têm avaliado as suas importâncias”, explicou Mika Kivimaki, da University College de Londres, que participou no estudo.
Os investigadores sublinharam que as condições sócio-económicas podem ser modificadas por políticas locais, nacionais ou internacionais e que o impacto destas mudanças na esperança de vida pode ser mais importante que as ajudas a deixar de fumar ou o aconselhamento dietético. Estas últimas intervenções aproveitam mais às pessoas privilegiadas.
“O estatuto sócio-económico é importante, porque é o resumo de uma exposição, durante toda a vida, a condições e comportamentos perigosos”, destacou, por seu lado, Paolo Vineis, o chefe do projeto Lifepath.
O objectivo do Lifepath é compreender os mecanismos biológicos através dos quais as desigualdades sociais geram desigualdades no campo da saúde.
Fonte: Lifestyle