Os empresários vilaverdenses Isidro Fernandes (Espaço Abstrato) e Miguel Milhão (Prozis) oferecem a obra da casa para os dois irmãos de Braga que ficaram órfãos e cujo projecto foi apresentado na tarde de domingo, na presença dos presidentes do Benfica (Luís Filipe Vieira) e do Braga (António Salvador).
A obra, impulsionada entre outras entidades, pela Fundação Benfica, visa a construção de dois irmãos, de 10 e de 16 anos, cujos pais morreram em 2015, quando explodiu a casa da família, na freguesia de Espinho, em Braga, a terra natal do presidente do Sporting Clube de Braga e da SAD, António Salvador.
Foi apresentado o projecto da casa que constitui o sonho dos jovens Pedro e Gino Oliveira, que se encontrava iniciada aquando da explosão que vitimou os seus pais, há cerca de dois anos.
Este sonho torna-se possível concretizar graças à Fundação Benfica e ao contributo de diversos parceiros de que destacamos o apoio mecenático da empresa Prozis (e cujo administrador, Miguel Milhão, é o vice-presidente do Vilaverdense Futebol Clube), a oferta do projecto pela Habitat e a colaboração do Município de Braga, para concretizar um sonho alimentado pelos jovens.
“Nesta iniciativa associaram-se os presidentes do Sport Lisboa e Benfica e do Sporting Clube de Braga, numa demonstração de que o mundo do futebol pode e deve dar os melhores exemplos ao nível da responsabilidade social e solidariedade”, segundo comunicado do Benfica, enviado à nossa Redacção.
DOIS IRMÃOS ÓRFÃOS
Pedro Oliveira e Gino Oliveira são os dois irmãos que ficaram órfãos na sequência de uma explosão de gás, na sua habitação em 2015. Têm como sonho vir a habitar a casa que estava a ser construída pelos seus pais na freguesia de Espinho, em Braga, a 14 de Abril de 2015, concluindo, desta forma, um projecto familiar que ficou tragicamente interrompido. O pai, João Oliveira, morreu no dia seguinte, no Porto, tendo a mãe, Sandra Rodrigues Oliveira, falecido quatro meses depois, em 18 de Agosto de 2015.
Entretanto, a Fundação Benfica, tendo em consideração o contexto que foi apresentado, organizou em conjunto com os vários parceiros do projecto, dos quais se destaca a Prozis, um amplo apoio em redor dos jovens incluindo a construção da sua casa.
Viviam com os pais numa garagem por baixo da casa de familiares, enquanto os pais tentavam construir, aos poucos, uma casa clandestina umas centenas de metros abaixo.
Sem condições, um dia a bilha de gás explodiu com eles lá dentro. Os pais morreram e as crianças ficaram queimadas e dependentes de uma tia, a Dona Emília, a viver numa divisão da casa. “Ou seja, passam todos os dias ao lado da garagem onde morreram os pais”, segundo destacou a Fundação Benfica.
Gino é o mais novo (10 anos) e Pedro (16 anos) ajudava o pai na obra da casa quando fazia falta, por isso tem o sonho (e arrastou no sonho o irmão) de ver a casa acabada e viver nela realizando a vontade dos pais, “tendo sido este motivo que levou a Fundação Benfica a actuar”.
PARCERIAS
Pessoas e instituições que participam nesta ajuda: Emília Oliveira, tia dos jovens Pedro Oliveira e Gino Oliveira, tomaram a paternidade dos jovens; Joaquim Rodrigues, presidente da Junta de Freguesia de Espinho-Braga apoio social à família desde a primeira hora; João Granja, advogado da família; desbloqueou todo o processo de autorização junto do Tribunal de Braga.
PROJECTO e OBRA OFERECIDOS
Helena Pina Vaz e os Arq. Alfredo Machado e Alberto Gonçalves, da Habitat, entidade que ofereceu o projecto e autores; Firmino Marques, vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, doou projectos de especialidades técnicas e tratou da legalização da obra.
Miguel Milhão, administrador da Prozis, mecenas e parceiro Spot Lisboa e Benfica que apoia financeiramente a Fundação para os custos; Isidro Fernandes, administrador da Espaço Abstrato, a empresa que vai construir.
RECHEIO DA CASA
Casa do Benfica em Braga; Voluntários, colaboradores do Sport Lisboa e Benfica (Recursos Humanos); Associações de Pais da Escola de Carlos Amarante e da EB 2,3 de Gualtar (Braga) e UDREAM – Braga.
FUNDAÇÃO BENFICA
A Fundação Benfica foi criada no ano de 2009 para desenvolver a Responsabilidade Social do Sport Lisboa e Benfica e ao longo dos últimos oito anos são já mais de 55.000 beneficiários envolvidos.
Tem como prioridade estratégica a acção junto de crianças e jovens, com destaque para combate a absentismo e abandono escolar precoce, eliminação da pobreza infantil e outros fenómenos.
Uma das suas inovações reside no cruzamento da actuação da Fundação com as políticas educativas, tirando partido da atracção e comunicação do Sport Lisboa e Benfica com crianças e jovens em risco. Esta capacidade abre uma oportunidade inexplorada para projectos de capacitação e desenvolvimento social e pessoal dos jovens.
Assim, na educação destaca-se o projecto de prevenção. Além dos projetos “Kdfun – Educação para Valores” (com 15.000 beneficiários 7.º ano no 1.º Ciclo do Ensino Básico em todo o território nacional) e também o projecto de intervenção “Para ti Se não faltares!”, com mais de 400 beneficiários/ano envolvidos em contratos de desenvolvimento de três anos nas EB 2,3), este projeto já abrangeu mais de 2300 jovens de diversas zonas críticas e bolsas de pobreza em todo o país.
Além da inovação social em integração educativa, a Fundação Benfica desenvolve projectos e acções com famílias, idosos, cidadãos portadores de deficiência, pessoas em situações de diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho, entre outros públicos em território nacional.
A nível internacional, a Fundação Benfica foca a sua acção na assistência humanitária e desenvolvimento humano em áreas de crise, emparceirando com diversas agências das Nações Unidas angariando fundos em jogos de solidariedade (PNUD/ Jogo Haiti; ACNUR/ Mali) e com os PALOP.
Não é a primeira vez que o apoio pontual a casos de extrema fragilidade é materializado através da oferta de uma casa. O mesmo aconteceu após a catástrofe na ilha da Madeira em que a Fundação apoiou três famílias em situação extrema com a atribuição de apartamentos.
CMS (CP 3022)