A juíza de instrução criminal do Porto revelou que anunciará no próximo dia 10 sobre quem irá levar para julgamento no caso do rapto mortal do empresário bracarense da construção civil, João Paulo Fernandes, sequestrado à porta de sua casa, à frente da filha de oito anos.
O anúncio do despacho final da juíza ocorrerá, por coincidência, na véspera de completar um ano sobre o rapto, perpetrado a 11 de Março, na entrada da garagem do prédio de João Paulo de Araújo Fernandes, na Avenida de António Palha, em Lamaçães, Braga.
O Ministério Público acusa o terapeuta Emanuel Marques Paulino (‘Bruxo da Areosa’), os três irmãos Grancho Bourbon (os advogados Pedro e Manuel e o economista Adolfo), o ‘segurança’ Rafael Silva (‘Neil’), o mediador de seguros Hélder Moreira (que é o único ‘arrependido’) e o comercial Luís Filipe Monteiro, que é cunhado do ‘Bruxo’.
Por crimes relacionados com o sequestro, o furto de quatro Mercedes para cometer o rapto em Braga e o incêndio de dois desses automóveis, estão acusados, respectivamente, Filipe Leitão (chefe da oficina da concessionária da Mercedes C. Santos no Porto) e o advogado Nuno Victor Pinto Lourenço, que foi presidente da Assembleia da União de Freguesias de Santa Marinha e da Afurada, em Vila Nova de Gaia, ex-clientes do ‘Bruxo da Areosa’.
O móbil dos crimes terá sido a “ganância” pelo avultado património imobiliário dos pais da vítima, avaliado em cerca de dois milhões de euros, que o casal de septuagenários terá pedido ao seu então advogado Pedro Grancho Bourbon para ‘esconder-lhes’ dos credores – fornecedores e trabalhadores da Fernando M Fernandes e da InMetro – através de uma ‘empresa-cofre’, alegadamente para não pagar dívidas no valor de cerca de 300 mil euros.
JG (CP 2015)