“Sentimo-nos desrespeitados e desautorizados”. É a reacção do presidente da concelhia de Terras de Bouro do PSD à decisão da Distrital de “nem sequer colocar a votação” a proposta aprovada localmente do candidato à Câmara, Paulo Sousa.
A distrital laranja optou por ‘ignorar’ a indicação local e colocar a votação o nome de Manuel Tibo. O líder concelhio, José Alberto Martins, marcou uma reunião da estrutura concelhia para a próxima sexta-feira e colocará nas mãos dos militantes terrabourenses “a decisão que acharem mais conveniente”.
Admite “a demissão” em bloco e avança, desde já, que “eu, pessoalmente, e os militantes de Terras de Bouro, em geral, deixamos de ter responsabilidades quanto ao resultado do PSD nas autárquicas”.
A poucas horas da estrutura nacional homologar o nome de Manuel Tibo como candidato do PSD à câmara de Terras de Bouro em 2017, a concelhia mostra a sua revolta. “Não foram respeitados os regulamentos e os princípios democráticos”, assinala José Alberto Martins. Por isso, vai reunir as hostes social-democratas locais, “para decidir o que fazer”.
A reunião da estrutura está agendada para a próxima sexta-feira. “Independentemente de tudo o resto, a distrital nem sequer votou a nossa proposta, contra todos os princípios democráticos”, refere, em declarações à edição online do jornal O Amarense & Caderno de Terras de Bouro.
A concelhia tinha votado o nome de Paulo Sousa, com 7 votos a favor e 2 contra, numa altura em que a distrital liderada por José Manuel Fernandes dava indicações de que o nome pretendido não passava nos estudos de opinião realizados. Indicava Manuel Tibo como o candidato melhor posicionado, aquele que viria a ser votado na reunião distrital da passada sexta-feira.
“É inadmissível que o tenha feito”, refere José Alberto Martins. “Vou agora informar os militantes e os terrabourenses sobre como tudo se processou e deixar ao critério de cada um”, acrescenta, ressalvando que “cabe a última palavra aos militantes e aos terrabourenses”.
Em relação a Paulo Sousa, candidato derrotado na distrital, Martins diz que ainda não conversaram. Para Manuel Tibo deixa um recado: “cabe-lhe assumir as responsabilidades. Quanto a nós, a partir deste momento, não temos quaisquer responsabilidades sobre o que possa vir a acontecer nas autárquicas”.
Carlos Machado Silva (CP 3022)