A história de Zohre Esmaeli, a par com a beleza, fizeram dela a escolha dos organizadores da campanha ‘Alemanha – País das Ideias’, criada pelo Governo federal alemão e pela Federação da Indústria Alemã.
O novo rosto de promoção da Alemanha no mundo não podia estar mais longe do protótipo alemão. Morena de olhos escuros, Zohre Esmaeli sucede à loira de olhos azuis, Claudia Schiffer, como imagem de marca da Alemanha. A somar à sua aparência pouco comum para o país, há ainda o facto de a modelo ser ex-refugiada, de proveniência afegã. Objectivo: promover a imagem de uma Alemanha mais aberta à diversidade e multiculturalismo.
A história de Zohre Esmaeli, a par com a beleza, fizeram dela a escolha dos organizadores da campanha “Alemanha – País das Ideias”, criada pelo Governo federal alemão e pela Federação da Indústria Alemã. Este ano, os promotores decidiram importar um carácter mais inovador e que faz jus à Alemanha dos dias de hoje, que se debate com a integração e acolhimento de refugiados.
“Aceitei a proposta sem pensar muito”, afirma Zohre Esmaeli. “É um orgulho emprestar o meu rosto para a campanha, depois da Claudia Schiffer. Além disso, assim posso agradecer à Alemanha, o país que me ofereceu a oportunidade de construir uma nova vida e no qual me sinto em casa”.
Zohre Esmaeli vive na Alemanha desde 1999, depois de ter fugido juntamente com a sua família do Afeganistão, onde os Talibãs dominaram a província onde vivia. Para chegar à região da Bavária, onde se viriam a fixar, percorreram 10.000 km, ao longo de cerca de seis meses. A modelo afegã assume ter sido vítima de bulling na escola por ser a única estrangeira entre os alunos e que não foi fácil fazer a adaptação entre as duas culturas que quase se podem considerar como antagónicas.
Com esta escolha, o Governo espera fomentar o conhecimento mútuo e o respeito pela diferença. Só em 2016, a Alemanha recebeu cerca de 280.000 refugiados. Apesar de grande, o número representa uma queda de cerca de dois terços em relação ao número de refugiados acolhidos no país contabilizado em 2015 (890.000).
Fonte: Jornal Económico