O proprietário da escola de condução de Vila Verde negou, esta sexta-feira, no Tribunal de Braga ter pedido favores a um examinador de condução do antigo Centro de Exames local, para uma instruenda sua que ia fazer exame prático.
Confrontado pelo Tribunal com uma escuta telefónica em que o examinador Joaquim Oliveira, tido como o principal arguido no processo de alegada corrupção nos exames, citava o seu nome, António Gomes Matos, negou ter metido uma ‘cunha’ ou que tenha havido qualquer pagamento: “por regra, marcava o exame sem os alunos saberem, para não andarem uns dias nervosos e chumbarem por causa disso”.
Disse que conhecia os examinadores do Centro de Exames e negou ter algo a ver com a ida de um casaco do examinador para uma loja do ramo têxtil, para conserto. A loja era de uma mulher que, também aparece nas escutas telefónicas.
Num depoimento favorável aos sete principais arguidos, respondeu a uma pergunta do advogado Miguel Teixeira Brochado, dizendo que havia muita gente a aproveitar-se dos alunos, prometendo favores junto de examinadores que depois não existiam: “há muita gente a viver à custa dos exames”, defendeu.
O julgamento que decorre em Braga com 47 arguidos acusados de corrupção nas provas de condução do antigo Centro de Exames de Vila Verde, da ANIECA, teve a sua primeira sessão após as férias judiciais da Páscoa. E prossegue dia 26.
O mega processo, que envolve o Centro de Exames da ANIECA, tem 47 arguidos, entre examinadores, industriais de condução, instrutores e um agente da GNR.
Luís Moreira (CP 8078)