A concelhia do CDS de Esposende anunciou, esta sexta-feira, em comunicado, que o partido retirou o apoio ao antigo autarca de Esposende, João Cepa. “O que nos foi apresentado em Janeiro não é o projecto que temos hoje” explica João Pedro Lopes, líder do CDS local.
Segundo o presidente dos populares, “não foi possível encontrar convergência nos princípios, inovação nas ideias ou coerência na visão sobre a importância de uma candidatura mais abrangente: Quando a primeira grande e marcante ideia de João Cepa é o arranjo de um prédio numa rua secundária de Esposende, parece evidente que o projecto de candidatura está como
esse prédio, em fase de ruir” diz ainda.
O CDS de Esposende tinha decidido apoiar João Cepa, vindo, contudo, a sentir-se nas últimas semanas algum desconforto nos centristas, nomeadamente pela divergência de estratégia nas assembleias de freguesia, espaço onde o CDS pretendia apostar forte e ver reforçado o seu tecido de implantação local.
João Cepa, que foi presidente da Câmara eleito pelo PSD, partido de que era militante, decidiu recandidatar-se contra o actual autarca, Benjamim Pereira do PSD.
“Entendemos claramente que esta candidatura tinha tudo para ser uma alternativa muito forte, mas revelou-se limitada e demasiado distante do CDS”, justifica João Pedro Lopes.
Para João Lopes, “o partido decidiu unir-se à volta de um projecto, na convicção de que se tratava de um movimento que apenas tinha como objectivo a defesa de projectos e ideais para o desenvolvimento de Esposende”. Segundo este, “o actual rumo que está preparado é um projecto isolado, de um homem só, com ideias vagas às segundas, quartas e sextas e o
seu exacto contrário às terças, quintas e sábados”.
Lopes admite que tentou “genuinamente co-criar um projecto alargado para o concelho, mas não foi possível. O problema não está nas pessoas, está convictamente na visão de cada um”. Segundo este, “não se verificando possível tornar o projecto num projecto colectivo para o município, a decisão passou por seguir caminhos próprios e separados”.
“CANCRO DO CONCELHO”
Para o presidente popular, a candidatura de João Cepa não é o objectivo da campanha. “O cancro deste concelho são as listas de espera para audiência, são os gastos em publicidade e não a candidatura do sr. A ou B. Não acrescenta discutir pessoas”.
O CDS tem “claro e prioritário afirmar a marca ‘Ofir’ e ‘Mar de Apúlia’, numa aposta clara pela descentralização do turismo”, sublinhou. Sobre o futuro, João Pedro Lopes, admite que, a seu tempo, o partido lançará uma candidatura que congregue todas as sensibilidades internas e possa ser profundamente abrangente, promovendo o regresso de nomes queridos e meritórios do partido e da sociedade esposendense,
Certo é que este assunto, agora público, vem sendo gerido internamente desde há algum tempo com a direcção nacional do partido, pelo que este desfecho terá já sido mesmo dado a conhecer na última reunião da comissão política.
João Pedro Lopes sempre disse que não queria integrar listas “porque não queria ser acusado de ter mudado o rumo por uma questão de lugares, se algum dia o apoio fosse retirado”.