O Tribunal de Braga ilibou esta quarta-feira os quatro estudantes da Univesidade do Minho que foram julgados por homicídio negligente, por, durante uma praxe de ‘guerra de cursos’, terem subido a uma estrutura de caixas de correio, parecida com um muro, que ruiu e matou três colegas, em abril de 2014.
Na leitura da sentença, a juíza concluiu que não ficou provado que o muro tenha caído exclusivamente pelo facto de os arguidos terem ido para cima dele e se terem posto aos saltos para festejar a «vitória» sobre outro curso. Considerou, ainda, que os jovens não podiam prever que havia perigo de ruína.
O tribunal singular acentuou, ainda, que a estrutura não tinha alicerces e que os carteiros que atuavam na zona já tinham alertado para o perigo que representava para os transeuntes.
A magistrada deixou, com alguma emoção, um voto de pesar às famílias das vítimas, mostrando-se igualmente sensível à situação dos arguidos, jovens que não mereciam ser penalizados por um crime que não cometeram, ainda por cima, estando na flor da idade.
No dia 23 de abril de 2014, em Gualtar, Braga, numa urbanização próxima do campus, e numa ação de praxe, quatro alunos subiram para a estrutura, na via pública. Os colegas que vieram a falecer estavam em baixo a participar nos festejos quando a estrutura caiu, esmagando-os.
Durante o julgamento, o advogado das famílias das vítimas disse aos jornalistas que “os principais responsáveis pela tragédia” não foram a julgamento, aludindo ao administrador do condomínio servido por aquelas caixas de correio, a um fiscal e a um técnico da Câmara de Braga. E anunciou que irá pedir uma indemnização ao Município.
Luís Moreira (CP 8078)