“Enquanto não houver uma lei regulamentada não deve haver avanço da linha”, voltou a defender Pedro Soares, deputado do Bloco de Esquerda (BE), durante a conferência mais uma vez questionando a necessidade da instalação da linha de muito alta tensão.
Pedro Soares, parlamentar eleito pelo círculo de Braga e presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, e Lídia Senra, eurodeputada e a principal responsável pela suspensão da linha na Galiza, defenderam uma aliança entre portugueses e espanhóis para travar avanço do traçado da linha de muito alta tensão em ambos países.
Os dois responsáveis políticos foram intervenientes na conferência ‘Linha de muito alta tensão – uma luta de todos’, promovida pela Comissão Municipal de luta criada para o efeito, no concelho de Barcelos. Portugal é o país com a maior parte da extensão da linha. No total a REN prevê a instalação de 143 km em solo nacional.
Já esta semana, Pedro Soares referiu que “o Governo criou uma comissão para regulamentar a lei”, mas o bloquista quer a “suspensão imediata” do projecto até estar regulamentada uma lei de 2010, para definir medidas de proteção para as populações face às radiações. Ao mesmo tempo, vai também chamar o presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) à Assembleia da República para prestar esclarecimentos sobre esta matéria.
“Há uma situação muito estranha na legislação por trás disto, só evidência que há interesses muito fortes que estão por trás”, refere Pedro Soares. Para o deputado bloquista, “passaram 7 anos sem que a lei fosse devidamente revista para acautelar claramente princípios básicos como a saúde pública, o ambiente e os efeitos na paisagem”.
Recentemente, o actual Governo criou uma comissão para rever a lei, “mas não deu prazo para apresentar resultados”, indicou ainda Pedro Soares.
A autarquia barcelense também já interpôs uma providência cautelar para impedir o avanço da linha no concelho.