O protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna está a provocar nesta terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, “constrangimentos graves” em pelo menos sete hospitais nos quais não estão asseguradas as dotações seguras às grávidas, de acordo com Bruno Reis, porta-voz do movimento EESMO (Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia).
Os hospitais de Guimarães, Gaia, Aveiro, Abrantes, Amadora-Sintra, Setúbal e Évora estão actualmente a funcionar com menos enfermeiros especialistas do que o recomendado, o que provoca uma “situação caótica” nestes serviços de saúde.
“Já existem grávidas com receio de serem internadas. Apesar de os administradores hospitalares afirmarem que está tudo a funcionar normalmente e que tudo está controlado, internamente a situação é caótica”, referiu Bruno Reis.
Desde esta segunda-feira que estes enfermeiros estão a assegurar apenas cuidados indiferenciados de enfermagem, em protesto contra o não pagamento dos seus serviços especializados – que conta com o apoio da Ordem dos Enfermeiros.
SAÚDE EM RISCO
“No primeiro dia de protesto dos enfermeiros especialistas, os hospitais nada fizeram para garantir a segurança dos cuidados de saúde. Está em causa a vida e a saúde das pessoas, em particular das que recorrem aos serviços de saúde materna e de obstetrícia”, alerta a Ordem em comunicado, embora considerando que “o risco em que se encontram as pessoas e a responsabilidade por eventuais danos na saúde ou nas suas vidas não pode, de modo algum, ser atribuído aos enfermeiros”.
“A falta de um plano de adequação à alteração de posição dos enfermeiros demonstra a forma inconsequente, irresponsável, negligente e atentatória do interesse público como o Ministério da Saúde e as instituições do SNS vêm exercendo as suas funções”, encerra a Ordem dos Enfermeiros.
FG (CP 1200) com SOL