Procuradoria-Geral da República confirmou esta terça-feira que estão em curso investigações que apontam para uma “realidade mais vasta”. Há suspeitas de crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo
A Procuradoria-Geral da República confirmarque está a investigar suspeitas de que o roubo em Tancos possa estar ligado a terrorismo internacional.
A suspeita tinha sido descartada ontem na imprensa espanhola, que apontava apenas para uma rede de crime organizado citando fontes governamentais portuguesas e espanholas. O Ministério da Administração Interna desmentiu entretanto essa indicação, admitindo que as autoridades portuguesas estão a fazer tudo o que está ao seu alcance para investigar este caso. O gabinete de Constança Urbano de Sousa disse então não dispor, nem poder dispor, de informações detalhadas sobre as investigações em curso.
Através de comunicado, a PGR vem agora esclarecer a investigação em curso. A nota adianta que as investigações foram iniciadas mal houve notícias do desaparecimento de material de guerra.
“Na sequência de análise aprofundada dos elementos recolhidos, o Ministério Público apurou que tais factos, se integram numa realidade mais vasta”, informa a Procuradoria-Geral da República, que refere que estão em causa suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional.
“Atenta a natureza e gravidade destes crimes e os diferentes bens jurídicos protegidos pelas respetivas normas incriminadoras, o Ministério Público decidiu que a investigação relativa aos factos cometidos em Tancos deveria prosseguir no âmbito de um inquérito com objeto mais vasto a ser investigado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP)”, lê-se ainda no comunicado, que informa que o inquérito se encontra em segredo de justiça.
No processo, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, com total colaboração institucional da Polícia Judiciária Militar.