O movimento cívico Braga para Todos reuniu com o vereador Altino Bessa do Ambiente, e número 1 do CDS-PP às Eleições Autárquicas, com a implementação do projecto CED (Captura- Esterilização-Devolução) na cidade para controlar a população de gatos. Aquela organização aguarda um encontro com Ricardo Rio.
O tema central da conversa foi a urgência da implementação do programa CED, medida defendida pelo vereador porque urge “resolver o problema na sua raiz”. Esta medida, já aplicada em várias cidades, está nas propostas do CDS-PP, e serão discutidas pela coligação ‘Juntos por Braga’, assegurou Altino Bessa
“ Ficamos contentes com esta posição”, afirma o movimento em nota à imprensa, acrescentando que “esta recomendação está na lei 27/2016 no artigo 4 e é a única forma de diminuir os animais de rua. No entanto temos consciência que não acontecerá amanhã e este trabalho além da verba sugerida (20 mil euros/ por ano durante 4 anos) necessita de recursos humanos, ou seja é crucial o trabalho de voluntariado articulado com a autarquia”.
“Ouvir que o projecto poderá ser viável para Braga é bom, no entanto temos consciência das decisões envolventes mas disponibilizamos-nos para ajudar e acreditamos que Braga só ganha, agora é trabalhar”, diz o movimento.
A implementação do CED é o primeiro ponto da petição que conta com mais de 5100 assinaturas mas além do controle do número de animais há outra urgência, refere Braga para Todos: “o direito à dignidade e nos casos dos gatos o Braga para Todos apresentou uma proposta, já aplicada com sucesso em Sintra pelo movimento Movido a 4 patas, que consiste em abrigos criados para as centenas de colónias:”
O QUE SÃO OS ABRIGOS PARA GATOS?
O abrigo para os gatos são espaços em madeira de pequena dimensão mas com altura que podem albergar colónias inteiras (uma média de 16 gatos) e onde estes pernoitam e são alimentados.
“Todos os dias centenas de colónias são alimentadas por activistas e encontra-se na cidade restos de comida e sacos com ração atrás de estátuas”, denuncia o movimento, defendendo que “a cidade só tem a ganhar com estes abrigos até mesmo pelo turismo”.
“Quem quer visitar uma cidade cheia de animais abandonados e com restos de comida pelo chão? Ninguém. As pessoas pretendem o oposto, principalmente turistas oriundos do norte e do centro da Europa onde não há animais na rua face a leis eficazes”, questiona.
À ESPERA DE RICARDO RIO
O movimento aguarda um encontro com o presidente da Câmara. “Ainda não tivemos uma resposta positiva ou negativa apesar da troca de emails com a equipa de Ricardo Rio”, assegura.
“ Sugeriram uma data com a veterinária municipal com a presença de um elemento da equipa do sr. presidente, no entanto não nos respondem à pergunta crucial: Teremos respostas? Reunir e sair sem algum compromisso não tem lógica. Neste sentido apresentamos uma alternativa com o envio das respostas através de email”, conta o Braga para Todos.
“No passado dia 21 sugeriram uma data para reunião sem a presença do Ricardo Rio. No entanto, nesse mesmo dia na abertura da sede de campanha, disseram que ali será um local de recolha de ideias e contributos. Para promover uma falsa política de proximidade?”, critica o movimento cívico, lembrando que “temos 5100 pessoas a pedir respostas e submete-nos para reuniões com representantes”.
“Como não somos associação nem um partido político e em Braga os movimentos de cidadãos articulados para o activismo não são comuns, acabamos sempre como algo secundário, mas um presidente que não é sensível a um apelo de cidadãos e cidadãs suscita questões”, lê-se ainda na nota à imprensa.
“A câmara de Braga orgulha-se de em 4 anos ter terminado com o abate mesmo antes da lei, no entanto os animais do CROA não saem esterilizados, não há CED, não existem protocolos com privados, em resumo, não há abate, o CROA está cheio, mas milhares de animais estão na rua”, denuncia, dando como exemplo o “vergonhoso” caso do monte do Picoto onde existe uma matilha que se “iniciou com 3 cães e actualmente tem mais de 20”.
O movimento cívico Braga para Todos foi criado no dia 30 de Abril, após um debate sobre políticas animais e tem actualmente 22 elementos activos, “pretendendo continuar a reunir e a debater vários temas com o objectivo de criar uma Cidade para Todos”.
Fernando Gualtieri (CP 1200)